Lição 8 - 21 de novembro de 2010 - A Oração Sacerdotal de Jesus Cristo

TEXTO ÁUREO

“E aconteceu que, naqueles dias, subiu ao monte a orar e passou a noite em oração a Deus”
(Lc 6.12).

VERDADE PRÁTICA

A vida de oração de Jesus é um exemplo para todo crente que deseja cultivar um relacionamento íntimo com o Pai e agradá-Lo em tudo.

HINOS SUGERIDOS 190, 193, 258

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Mt 11.25,26
Jesus ora ao Pai

Terça -Mt 6.9-13
A oração-modelo de Jesus

Quarta - Mt 21.13; Lc 4.16
Jesus ia ao templo e à sinagoga para orar

Quinta -Hb 5.7
Jesus orou com lágrimas em seu sofrimento

Sexta - Lc 6.12,13
Jesus orou para escolher seus discípulos

Sábado - Lc 22.31,32
Jesus orou em favor de Pedro

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 17.1-4; 15-17; 20-22

INTERAÇÃO

Caro professor, o versículo oito do capítulo dezessete de João nos apresenta uma interessante relação entre conhecer (ginosko), que nesse contexto, significa “conhecimento baseado na experiência pessoal”, e crer (pisteuo), que nesse caso significa “depositar a confiança em”, “comprometer-se”. Indague seus alunos se é possível desenvolvermos uma crença comprometida com o Senhor sem conhecê-Lo por meio de um relacionamento profundo e diário.

OBJETIVOS
Identificar os elementos que evidenciam uma vida de comunhão com Deus.

Explicar as razões que levaram Jesus a orar por perseverança, alegria e livramento.

Compreender que por meio da oração o crente é santificado.


ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, escreva no quadro-de-giz as referências abaixo. Divida a turma em três grupos. Peça que os grupos leiam as referências e depois pergunte:
“Por quem Jesus orou?”
I. João 17.1-5.
II. João 17.6-19.
III. João 17.20-23.
Explique que ao orar por si próprio, Jesus estava orando por nós. Ele orou pelos seus discípulos e por todos os crentes. Ele espera que sua Igreja siga o seu exemplo.


COMENTÁRIO

A oração sacerdotal de Jesus, em João 17, expressa os sentimentos, pensamentos e vontades mais íntimas do Mestre em relação aos seus discípulos. O estudo deste capítulo é relevante, porquanto não somente revela o que nosso Senhor espera de sua Igreja, mas também evidencia a importância da intercessão de um líder em favor de seus liderados.

I. ORAÇÃO POR UMA VIDA DE COMUNHÃO COM O PAI

1. Relacionamento com Deus (17.2,3). Nos seus últimos momentos, Jesus demonstra em suas palavras dirigidas ao Pai o seu anseio para que os discípulos aprofundassem o conhecimento deles referente a Deus. Só conseguimos nos relacionar intimamente com alguém a quem conhecemos de modo profundo. Como o profeta Oseias recomenda: “Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor” (6.3).
2. Meditação e prática da Palavra de Deus (Jo 17.6). As Escrituras revelam o caráter de seu Autor e seus mais profundos anseios para o homem. A melhor maneira de conhecer o Pai e a sua vontade para seus filhos é meditar em sua Santa Palavra. A Lei do Senhor é capaz de ensinar, redarguir, corrigir, instruir em justiça (2 Tm 3.16), bem como produzir alegria (Jr 15.16), prosperidade (Sl 1.1-3) e vida eterna (Jo 6.63; Hb 4.12; Sl 119.50).
3. Uma vida que glorifique a Deus (17.4). O homem foi criado para glorificar a Deus (Is 43.7,21; 1 Co 6.20). Jesus, enquanto esteve na terra, viveu para glorificar a Deus em todos os seus atos (Jo 17.4). De igual modo, o crente deve viver neste mundo para a glória do Senhor. À medida que nos relacionamos intimamente com o Senhor por meio da oração e da meditação em seus mandamentos, o seu caráter vai sendo moldado em nós e, por conseguinte, externamos uma vida que glorifica ao Senhor. Que a Igreja de Cristo busque ardentemente agradá-Lo e glorificá-Lo em todo tempo (1 Co 10.31).

SINÓPSE DO TÓPICO (1)

Uma vida de comunhão com Deus é evidenciada por um relacionamento íntimo com Ele mediante a oração e a leitura bíblica.

II. ORAÇÃO POR PERSEVERANÇA, ALEGRIA E LIVRAMENTO

1. Perseverança (Jo 17.11,12). Enquanto Jesus esteve com os discípulos, ensinava-os a verdade e conduzia-os para que não se desviassem desta. Entretanto, sabia que, na sua ausência, a fé desses homens poderia enfraquecer. Por isso, intercede ao Pai para que continuassem crendo nEle e guardando a sua Palavra, a fim de conseguirem perseverar no caminho, na fé, na verdade e na comunhão.
2. Alegria (Jo 17.13). Jesus ora para que a alegria dos discípulos permaneça na sua ausência. A alegria do cristão, produzida pelo Espírito Santo, torna-o mais forte e resistente às adversidades. Por essa razão, Paulo recomenda aos tessalonicenses e filipenses: “Regozijai-vos” (Fp 4.4; 1 Ts 5.16).
3. Livramento (Jo 17.15). Por conhecer o mundo em que viveriam seus discípulos – um mundo que jaz no maligno – Jesus revela uma preocupação muito grande com eles. Sendo assim, roga a Deus, como um bom Pai, que livre seus filhos do mal, ou seja, dos perigos, das tentações e investidas do Diabo. Podemos descansar na proteção divina, uma vez que estamos refugiados no esconderijo do Altíssimo (Sl 91.1). Contudo, é nosso dever orar e vigiar, “em todo o tempo” (Ef 6.18), a fim de não entrarmos em tentação (Lc 22.40).

SINÓPSE DO TÓPICO (2)

Em sua oração intercessória, Jesus suplicou a Deus que concedesse aos discípulos livramento, alegria e perseverança.

III. ORAÇÃO POR SANTIDADE, UNIDADE E FRUTOS ESPIRITUAIS

1. Santidade (Jo 17.17,19). Jesus suplicou a Deus que santificasse seus filhos. Ao longo de toda a Bíblia, observamos que o Senhor sempre requereu de seu povo separação total do mundo e do pecado, a fim de adorá-lo e servi-lo. Esse é um processo natural, porquanto, à proporção que nos aproximamos de Deus, afastamo-nos do pecado; e vice-versa. Tal santificação é obtida por meio da verdade, que é ao mesmo tempo Jesus e as Escrituras Sagradas. Ser santo não é apenas um desejo do Noivo para a sua Noiva, é uma ordem (1 Pe 1.16).
2. Unidade (Jo 17.21,22). Em sua oração, Jesus ressalta a unidade existente entre Ele e o Pai. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são Pessoas divinas e distintas, mas são um em essência e vivem em perfeita unidade. Cristo anseia que seu Corpo viva de igual modo, unido. Essa virtude é conquistada e conservada por meio de um andar em Espírito (Gl 5.16-26).
3. Frutificação espiritual (Jo 17.18). Assim como Deus enviara o seu amado Filho ao mundo, Jesus enviaria seus discípulos, a fim de que produzissem frutos permanentes. Aquele que está em Cristo – a Videira Verdadeira – naturalmente produz frutos da mesma espécie (Jo 15.5). É impossível estar ligado ao Senhor e, por conseguinte, desfrutar de comunhão íntima com Ele, e não frutificar (15.4).

SINÓPSE DO TÓPICO (3)

Na oração sacerdotal de Jesus, Ele intercedeu ao Pai pela santidade, unidade e frutificação espiritual de sua Igreja.

CONCLUSÃO

A oração intercessória de Jesus no capítulo 17 de João revela, sobretudo, seu anseio por uma Igreja que desfrute de um relacionamento profundo com Deus, reflita o seu caráter e busque única e exclusivamente a sua glória.


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOI

Subsídio Devocional
“Em sua pessoa e em seus ensinamentos, Jesus reuniu a verdade e o amor. Seu amor foi expresso em verdade, e Ele falou a verdade com amor. A união da verdade e do amor é necessária para nosso crescimento espiritual (Ef 4.15).
É fácil identificar aqueles cristãos que se importam muito com a verdade, mas que quase não têm amor. Sua fé é expressa principalmente por palavras. São ‘grandes estudiosos da Bíblia’, e podem até resumir seus livros e fazer um gráfico das épocas. Mas são difíceis de se andar com eles, e a verdade que conhecem (ou pensam que conhecem) não é uma ferramenta de construção; é uma arma de luta. Eles adoram rivalizar!
A verdade precisa do amor, pois a verdade sem amor tende a tornar as pessoas orgulhosas. ‘A ciência incha, mas o amor edifica’ (1 Co 8.1). A verdade sozinha pode ser destrutiva, mas o amor capacita a verdade a nos edificar. Quando a verdade é partilhada com amor (mesmo se a verdade ferir), no final nos ajuda. [...] Uma criança sempre pensa que todas as pessoas que a beijam são amigas, e que todas as pessoas que nelas batem são inimigas. Mas uma pessoa madura sabe a diferença real. Algumas vezes a verdade pode nos machucar antes que possa nos curar, mas se formos feridos em amor, logo, a cura virá.
Esse fato nos ajuda a compreender que alguns ministérios da Palavra são divisíveis e destrutíveis. Há verdade neles, mas a verdade não é partilhada com amor” (WIERSBE, Warren W. A oração intercessória de Jesus. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, p.137).


VOCABULÁRIO

Redarguir: Replicar argumentando, responder argumentando.



BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

BRANDT, Robert L.; BICKET, Zenas J. Teologia Bíblica da Oração. 4. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2006.
GEORGE, Jim. Orações Notáveis da Bíblia. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2007.


SAIBA MAIS

Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 44, p.40.



EXERCÍCIOS

1. O que a oração sacerdotal de Jesus expressa?
R. Os sentimentos, pensamentos e vontades mais íntimas do Mestre em relação aos seus discípulos.

2. Qual a melhor maneira de conhecer o Pai?
R. A melhor maneira de conhecer o Pai e a sua vontade para seus filhos é meditar em sua Santa Palavra.

3. O que o crente deve fazer para não entrar em tentação?
R. Orar e vigiar, “em todo o tempo” (Ef 6.18).

4. Por que o Senhor exige santificação de seu povo?
R. Para adorá-lo e servi-lo.

5. É possível um cristão fiel não produzir frutos?
R. Não, pois aquele que está em Cristo – a Videira Verdadeira – naturalmente produz frutos da mesma espécie.

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