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Lição 11 - 12 de setembro de 2010 - (Dia Nacional de Missões) - O Dom Ministerial de Profeta e o Dom de Profecia

TEXTO ÁUREO

"E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas" (1 Co 12.28).

VERDADE PRÁTICA

Os dons espirituais e ministeriais são distintos, no entanto, ambos provêm de Deus e são indispensáveis à Igreja de Cristo.

HINOS SUGERIDOS 196, 210, 244

LEITURA DIÁRIA

Segunda - At 13.1 Os profetas na liderança da igreja
Terça - At 15.32 Silas é chamado de profeta
Quarta - 1 Co 14.29 Os profetas no culto cristão
Quinta -1 Co 14.32 Os profetas e seu autocontrole
Sexta - 1 Co 12.8-10 O dom de profecia entre os demais dons espirituais
Sábado - Rm 12.6 O uso do dom de profecia

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE  Efésios 4.11-14; 1 Coríntios 14.3

INTERAÇÃO

No AT podemos ver Deus falando com o seu povo através dos profetas. E Ele continua a falar e a revelar a sua vontade mediante a profecia. Vivemos tempos trabalhosos e muitos já não creem na ação e na existência dos autênticos profetas. Todavia, a Igreja do Senhor não pode desprezar as profecias (1 Ts 5.19-21), pois este dom foi concedido para a edificação, exortação e consolo da Igreja. O povo de Deus precisa ter discernimento para reconhecer os verdadeiros profetas. Esse discernimento é fruto do conhecimento bíblico e, dificilmente uma igreja, ou um cristão, que prioriza o estudo das Sagradas Escrituras será enganado ou confundido.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Estabelecer a diferença entre os dons ministeriais de apóstolos, evangelistas, pastores e doutores.
Explicar as semelhanças e diferenças entre o profeta do Novo e do Antigo Testamentos
Definir o dom de profecia.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, é importante que os alunos compreendam e saibam estabeler as diferenças entre dons espirituais e ministeriais. Sugerimos a utilização do quadro abaixo. Explique aos alunos que, embora haja variedade de dons espirituais, todos vêm do Espírito Santo e devem ser usados para a edificação do corpo de Cristo. Os dons não podem, em hipótese alguma, ser utilizados para manipular as pessoas ou trazer divisão à igreja. Precisamos usá-los com sabedoria, amor e para a glória de Deus.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

O assunto desta lição diz respeito a um dos aspectos decisivos da vida da igreja: a profecia no contexto neotestamentário. Tais manifestações devem passar pelo crivo das Escrituras Sagradas para que cumpram a sua finalidade: exortar, edificar e consolar (1 Co 14.3). Em 1 Coríntios 12, o apóstolo Paulo tratou do assunto, considerando os dois tipos de dons de profecia. Aquele que pode ser concedido pelo Espírito a qualquer crente (1 Co 12.10), e o outro destinado a crentes com chamada específica para esse ministério (1 Co 12.28).

I. OS DONS MINISTERIAIS

1. Distinção entre o colégio apostólico e o dom ministerial de apóstolo. É importante que façamos uma distinção entre o apóstolo, como dom ministerial, e os doze apóstolos de Cristo - os apóstolos do Cordeiro (Ap 21.14). Estes formavam um grupo distinto na Igreja Primitiva (Lc 6.12-16) e, por haverem recebido revelações especiais de Deus (Ef 3.5; Jd v.17), foram os responsáveis pelo alicerce doutrinário da Igreja (At 2.42; Ef 2.20). Quanto aos apóstolos dados à igreja, por intermédio do dom ministerial e cuja função é de "embaixador" (cf. 2 Co 8.23) e "enviado" (cf. Fp 2.25), são estes igualmente imprescindíveis à obra de Deus.

2. Uma consideração acerca dos dons ministeriais.

a) Apóstolos. Quando o Senhor Jesus Cristo proferiu uma de suas mais célebres afirmações "[...] edificarei a minha igreja" (Mt 16.18), não revelou como a edificaria. Em 1 Coríntios 3.10-14, Paulo menciona que, como sábio arquiteto, pôs o "fundamento, e outro edifica". O apóstolo dos gentios referia-se ao trabalho sequencial de edificação da igreja de Corinto que, na realidade, era fruto de seu labor missionário e da assistência pastoral dos líderes que passaram a atender àquele rebanho. A edificação da Igreja se dá através de homens a quem o Senhor Jesus qualificou para isso (1 Co 3.6-8).

b) Evangelistas. A igreja sempre necessita do dom de evangelista; trata-se de um pregador cheio do Espírito Santo e da Palavra, enviado à seara do Senhor (At 21.8; 2 Tm 4.5). Ele auxilia os pastores na expansão da igreja local, ganhando almas para Cristo.

c) Pastores e doutores. Alguns expositores do Novo Testamento entendem "pastores e doutores" como um só ministério. Talvez porque o texto não diz "e outros, doutores". Pastores e doutores são distintos, porém, não díspares; tratam-se de ministérios que se complementam. A tarefa do pastor é alimentar e proteger o rebanho; a do doutor, instruir a Igreja, assistindo os membros com a elucidação de questões doutrinárias e preservando a fé genuína. A responsabilidade de ambos, portanto, é cuidar do rebanho de modo que cada membro seja instruído e guiado e, por meio do ensino e do exemplo, mantenham a unidade da igreja, tendo a plenitude de Cristo como medida (Ef 4.13).

3. Objetivo dos dons ministeriais (Ef 4.12-14). É importante entender que o Senhor Jesus deu esses dons à igreja a fim de equipar os crentes para a obra do ministério (Ef 4.12). Dessa forma, o ensino bíblico constante e progressivo, sob a unção de Deus, atuará em suas vidas com o objetivo de impedi-los de serem levados por "todo o vento de doutrina" (Ef 4.14).

SINÓPSE DO TÓPICO (1)

Os dons ministeriais descritos pelo apóstolo Paulo em sua carta aos efésios (4.11-14) têm por finalidade o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério e a edificação do Corpo de Cristo.

II. OUTROS PARA PROFETAS" (EF 4.11A).

1. A importância do tema. Apesar de o termo "profeta" haver sido devidamente abordado nas lições anteriores, dado o seu caráter especial no contexto neotestamentário, é imprescindível considerá-lo à parte. Faz-se necessário entender que o seu emprego em o Novo Testamento é ainda mais amplo do que nas Escrituras veterotestamentárias.

2. A distinção entre apóstolo-profeta e profeta. O emprego do termo profeta em Efésios 4.11 apresenta sentido distinto daquele encontrado anteriormente nos textos de 2.20 e 3.5. Nessas duas passagens, trata-se de um mesmo grupo: os apóstolos-profetas. Paulo afirma, porém, em Efésios 4.11, que o Senhor Jesus "deu uns para apóstolos, e outros para profetas" deixando claro que se trata de ministérios diferentes. O contexto mostra que essa passagem (Ef 4.11) refere-se a pregadores irresistivelmente cheios do Espírito Santo, que cooperavam na edificação da Igreja (At 13.1), dedicando-se ao ensino e à interpretação da Palavra de Deus. Eles também dedicavam-se a explicar o cumprimento das profecias do Antigo Testamento, e punham-se a exortar, edificar e consolar a Igreja de Cristo.

3. As principais funções do profeta. Assim como no Antigo Testamento, o profeta do Novo não tem como função primária predizer o futuro. Sua atuação é, antes de tudo, atender às necessidades da igreja, uma vez que transmite a mensagem de Deus em tempos de crise (1 Co 14.3).

SINÓPSE DO TÓPICO (2)

O profeta no contexto neotestamentário possui como função primordial proclamar a revelação divina.

III. O DOM DE PROFECIA

1. A promessa do dom de profecia. O Senhor Deus, através do profeta Joel, prometeu derramar abundantemente do seu Espírito sobre os seus servos (Jl 2.28-32). Tal promessa, que iniciou o seu cumprimento a partir do Dia de Pentecostes e inclui especificamente o dom de profecia (Jl 2.28-32; At 2.16-21). Qualquer crente salvo pode ter o dom de profecia na nova dispensação (1 Co 14.24), independentemente de idade, sexo, status social e posição na igreja (At 2.17,18), tal como vemos nas quatro filhas de Filipe "que profetizavam" (At 21.9).

2. Definição. O dom de profecia, aqui abordado, é uma manifestação momentânea e sobrenatural do Espírito Santo, como um dos dons espirituais prometidos, e não um ministério. O maior valor da profecia é que ela, sendo de Deus, ao contrário das línguas estranhas, uma vez proferida, edifica a coletividade e não unicamente o que profetiza (1 Co 14.3-5).

3. Características. A Bíblia ensina que a profecia deve ser julgada na igreja e que o profeta deve obedecer ao ensino bíblico (1 Co 14.29-33). Não podemos esquecer que a profecia, nesse contexto, não se reveste da mesma autoridade da dos profetas e apóstolos das Sagradas Escrituras. Ninguém mais, depois deles, recebeu igual autoridade divina. O dom de profecia, na presente era, não é infalível e, portanto, é passível de correção. Pode acontecer de o profeta receber a revelação do Espírito Santo e, por fraqueza, imaturidade e falta de temor de Deus, falar além do que devia. Quem profetiza, portanto, deve ter o cuidado de falar apenas o que o Espírito Santo mandar, não alegando estar "fora de si" ou "descontrolado", pois "os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas" (1 Co 14.32).

SINÓPSE DO TÓPICO (3)

Os escritos neotestamentários evidenciam o exercício do ministério profético pelos apóstolos.

CONCLUSÂO

O nosso Deus nunca deixou de se comunicar com o seu povo. Ele continua a falar conosco, inclusive por meio do dom de profecia. O Senhor sempre cuida do progresso e edificação de sua Igreja. Por essa razão, Jesus deu à sua Noiva, apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

Subsídio Teológico

"No contexto de uma unidade mantida por tais expressões de amor como humildade, mansidão, longanimidade e tolerância, são exercidos os dons distribuídos por Cristo, e se cumprem os objetivos de Cristo em seu corpo e a favor do seu corpo (4.7-10). Surpreendentemente, estes objetivos não se cumprem nos líderes que Cristo dá à igreja, mas nos leigos. Os líderes são servos cujo papel é equipar o povo de Deus para sua 'obra do ministério'. Por meio dos esforços de todos os seus membros, o corpo de Cristo é edificado (4.11-13). E por meio da participação ativa em um corpo que cresce, e que ministra de forma constante, o crente amadurece individualmente (4.14-16). Quer os líderes tenham grandes áreas de responsabilidade (apóstolos, profetas, evangelistas) ou somente responsabilidades locais (pastores e doutores), eles são ordenados para servir os leigos"
(RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. CPAD, 2007, pp.423,425).

VOCABULÁRIO
Arauto: Emissário, mensageiro.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

HORTON, Stanley M. I & II Coríntios: Os problemas da Igreja e suas soluções. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2006.

SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão

CPAD, nº43, p.41.

EXERCÍCIOS

1. Quais os tipos de dons que o apóstolo Paulo alistou em 1 Co 12.28?

R. Apóstolos, profetas, doutores, como chamada específicas para esses ministérios.

2. De acordo com o contexto neotestamentário, o que significa “profeta” em Efésios 4.11?

R. Pregadores irresistivelmente cheios do Espírito Santo.

3. Qual a razão de Jesus ter concedido os dons ministeriais à sua igreja?

R. Para cooperarem na edificação da igreja, na dedicação ao ensino e na interpretação da Palavra de Deus.

4. Qual deve ser o cuidado de quem profetiza?

R. É uma manifestação momentânea e sobrenatural do Espírito Santo.

5. Qual deve ser o cuidado de quem profetiza?

R. Falar apenas o que o Espírito Santo mandar.

Lição 2 - 12 de Julho de 2009 - Jesus, o Filho Eterno de Deus

Lição 2 - 12 de Julho de 2009 - Jesus, o Filho Eterno de Deus


TEXTO ÁUREO

"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus"
(Jo 1.1).


VERDADE PRÁTICA

A sustentação da fé cristã consiste não só no fato de que Cristo vive, mas de que Ele é eterno.

HINOS SUGERIDOS 196 , 310, 401


LEITURA DIÁRIA

Segunda
Jo 1.18
Jesus Cristo, eterno como o Pai
Terça
Is 9.6
Jesus, nascido de mulher, mas
eternamente divino
Quarta
Mt 3.17
Jesus é apresentado ao mundo como o
Filho de Deus
Quinta
Mt 27.54
Jesus, reconhecido na terra como
Filho de Deus
Sexta
Hb 1.8
Jesus Cristo, O Rei Eterno
Sábado
Ap 3.21
O vencedor reinará com Cristo na glória



LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 João 1.1-4; João 1.1-4; Colossenses 1.16,17.



INTERAÇÃO

Estimado professor, com a atual onda do evangelho antropocêntrico, nada mais especial que estudar sobre Jesus, o Filho Eterno de Deus. Aproveite a aula de hoje para falar aos alunos acerca desse perigo. Relembre-os que o Evangelho de Jesus Cristo é a mensagem de salvação,e não de bênçãos materiais como hoje se vê. Peça-lhes que prestem à atenção nas mensagens e hinos que ouvem, e avaliem aquilo que lêem e reproduzem em suas pregações e testemunhos.



OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Entender a filiação de Cristo como uma forma de identificá-lo como Deus e de demonstrar o seu relacionamento com o Pai.
Demonstrar a eternidade de Jesus com exemplos do AT e NT.
Assumir as responsabilidades inerentes ao fato de ser participante da natureza de Cristo.



ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Estimado professor, ciente de que a aula de hoje traz um tema essencialmente cristológico, é imprescindível fazer a distinção entre filiação como título/relação (Jesus Cristo), filiação por eleição (Israel), filiação por adoção (gentios) e filiação consangüínea (Isaque, filho de Abraão). O fato de Jesus ser chamado de "Filho de Deus" (Jo 5.25), "unigênito do Pai" (Jo 1.14) ou "primogênito de toda a criação" (Cl 1.15), não significa, em hipótese alguma, que Ele tenha sido criado ou gerado pelo Eterno, pois, assim como Deus, preexiste eternamente e, por isso, Isaías o chama de "pai da eternidade" (Is9.6). O próprio contexto de Colossenses demonstra perfeitamente a eternidade e divindade do Senhor Jesus (1.13-18).

EXPRESSÕES PARENTAIS APLICADAS AO SENHOR JESUS


1) Filho
2) 'Unigênito'
3) 'Primogênito'
Identificação demonstrativa de que Ele é "igual a Deus"
(Jo 5.18)
"Natureza, caracter e tipo" e "relacionamento exclusivo"
(Jo 1.14)
"Primeiro em categoria"
(Cl 1.15-19)



COMENTÁRIO


INTRODUÇÃO

Palavra Chave:
Filho Eterno de Deus
Expressão doutrinária que demostra o relacionamento eterno de Jesus com Deus, bem como a sua divindade.


Nesta lição, alguns aspectos doutrinários a respeito da divindade e da eternidade de Jesus Cristo serão destacados. O esclarecimento desse assunto foi importante para os nossos irmãos do primeiro século e consiste em doutrina relevante para os dias atuais. Seu conhecimento reforça a convicção do futuro da Igreja, pois é através de Jesus que fomos salvos e nos tornamos participantes da vida eterna.

I. O PROPÓSITO DO AUTOR DA EPÍSTOLA

João inicia sua primeira epístola tratando de sua responsabilidade em solidificar a convicção de seus leitores a respeito da eternidade de Jesus Cristo, o Filho de Deus. A Igreja, naquela época, sofria o ataque direto dos gnósticos que, em síntese, pregavam que Jesus era mais um dos salvadores do ser humano, e que Ele apenas tinha algo divino em seu ser. Eles ainda ensinavam que, pelo fato de Jesus ter nascido neste mundo de corrupção, seria impossível Ele ser Deus perfeitamente e, portanto, eterno. Paulo já havia prevenido a igreja em Colossos contra essa heresia (Cl 2.9;1.19). João é enfático ao afirmar que o eterno Filho de Deus, nosso Salvador, veio a este mundo através do nascimento (1 Jo 5.6; 4.1,2). Ele tornou-se humano, mas sem pecado e sem abrir mão da sua divindade (Mt 28.19), do seu poder (Mt 9.6), de sua onisciência (Mt 9.4) e do seu atributo de ser eterno (Rm 9.5).

REFLEXÃO
"O eterno Verbo de Deus tomou sobre si a natureza humana e se fez homem, a fim de revelar o Deus eterno através de uma personalidade humana."
Myer Pearlman


SINOPSE DO TÓPICO (1)
Jesus tornou-se humano, mas sem pecado e sem abrir mão da sua divindade, do seu poder, de
sua onisciência e do seu atributo de ser eterno.


II. A VIDA ETERNA MANIFESTA EM CRISTO

João discorre sobre a eternidade de Jesus, reafirmando sua deidade e a vida eterna que Ele concede aos que lhe pertencem. Ele foi testemunha dos ensinos de Cristo (1 Jo 1.1-4), teve comunhão pessoal com Jesus e, por isso, possui idoneidade suficiente para expressar-se sobre a vida plena e atemporal do Filho de Deus. O apóstolo do amor refere-se à vida de Cristo na eternidade, antes da criação dos "mundos" e de todas as coisas que neles existem, incluindo o homem (Jo 1.1-4,14; cf. Hb 11.3). Entretanto, é bom lembrar que, uma vez que todos somos feituras de suas mãos, Jesus transcende toda e qualquer consideração de tempo que alguém tente fazer a seu respeito. Ele está acima da vida física e espiritual (Cl 1.16).
As palavras de João - "no princípio era o verbo" -, no início de seu Evangelho, referem-se a Cristo, que é a Palavra de Deus manifesta (Jo 1.1). Elas conduzem o leitor ao momento da criação, para que se certifique de que o Verbo divino não é somente distinto do que foi criado, mas o próprio Criador (Jo 1.3; Gn 1.1-31).
João, ao dizer em sua primeira epístola, "O que era desde o princípio" (1.1), refere-se a Jesus Cristo que é desde o princípio (Jo 1.1; Gn 1.1; 1 Jo 2.7,13,14,24; 3.11). Em continuidade, ele diz: "o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida" (1 Jo 1.1). Essa expressão reafirma que Jesus, o Deus Filho, veio em carne (Lc 2.10-12) e que nesta condição habitou entre nós; não só revelando o Pai (Jo 1.18; 14.9) e o seu amor, mas também oferecendo a sua vida (Jo 19.30) como única condição de salvar a todos quantos crêem em seu nome (Jo 1.12; Hb 9.26-28).
1. O que vimos com os nossos olhos (1.1). João demonstra ter sido atencioso em todos os momentos em que esteve com Jesus. Ao dizer: "o que temos visto com os nossos olhos, o que temos contemplado", João dá ênfase ao fato de os discípulos terem convivido com Jesus fisicamente - experiência que o apóstolo Paulo não teve (no caminho de Damasco, quando Cristo lhe falou em meio a um resplendor de luz, Ele já havia retornado ao céu; (At 9.3-6). Aqui João está afirmando que Jesus tinha um corpo físico tal qual profetizou Isaías (Is 53.3-7) e Davi (Sl 22.14,17). Para os apóstolos de Jesus, foi um privilégio; para nós, que não o vimos, mas cremos, é uma bemaventurança (Jo 20.29).
2. O que ouvimos (1.3). João e os demais apóstolos presenciaram tudo o que Jesus realizou enquanto estiveram com Ele, porque foram convocados pelo Senhor, justamente a fim de que o vissem e ouvissem e depois testificassem, para o engrandecimento do Reino de Deus (Mt 28.18-20).
3. O que temos contemplado e as nossas mãos tocaram (1.1). O apóstolo investe a sua atenção ao usar todos os seus recursos para certificar seus leitores da presença física do Senhor entre os onze. Aqui pode estar incluído o momento em que Jesus apareceu-lhes no cenáculo onde estavam reunidos, e convidou-os a tocá-lo e constatarem que, se Ele fosse apenas um espírito, não teria carne nem ossos. Para consolidar suas convicções, pediu-lhes o que comer e, recebendo, comeu (Lc 24.36-43; cf Jo 20.20-24).

SINOPSE DO TÓPICO (2)
Por ser eterno e estar acima da vida física e espiritual, Jesus transcende toda e qualquer consideração de tempo que alguém tente fazer a seu respeito.



III. CRISTO - A VIDA SE MANIFESTOU

Visto que no Verbo está a vida, Ele "se fez carne e habitou entre nós", a fim de oferecer a vida eterna ao homem (Jo 1.14;3.16). Quando João escreve que o Verbo se fez carne, está dizendo que Deus planejou e tornou realidade a encarnação do seu Eterno Filho para que, na condição de homem, vivesse entre nós (Is 7.14; Mt 1.23). Nessa forma, ao sacrificar-se, Jesus oferece a vida eterna aos que o aceitam como seu salvador (Jo 3.16), os quais, por isso, tornam-se participantes da natureza divina (Jo 15.4,5). João anuncia estas verdades chamando a atenção da Igreja para as obrigações concernentes ao que está recebendo, pois, ao tomar conhecimento de doutrinas tão essenciais para a vida cristã, nos tornamos responsáveis diante de Deus pela aceitação e observância destas (Jo 5.39; Lc 12.48).

SINOPSE DO TÓPICO (3)
Ao recebermos a vida etrena, tornarmo-nos não somente participantes da natureza divina, mas também responsáveis pela observância das doutrinas assenciais da vida cristã.


IV. JESUS ETERNO E ATUANTE DESDE O PRINCÍPIO.

1. No Antigo Testamento. Jesus sempre esteve presente e ativo antes e depois da sua vinda a este mundo como homem. Por Ele, todas as coisas foram criadas (Gn 1.26;Cl 1.16.17; Rm 11.36). O Antigo Testamento relata algumas de suas aparições, em forma humana, antes mesmo da encarnação. A Abrão, Ele apareceu acompanhado de dois anjos nos carvalhais de Manre e ainda se alimentou (Gn 18.1-8); no vau de Jaboque mudou o nome de Jacó para Israel (Gn 32.22-30) manifestou-se a Josué antes da destruição de Jericó (Js 5.13-15), e apareceu aos pais de Sansão (Jz 13.2-22).
2. No Novo Testamento, após sua morte redentora. A caminho de Damasco, Paulo teve a maior e melhor de todas as suas experiências com o Senhor Jesus, momento em que foi salvo e incumbido de levar o evangelho ao mundo inteiro (At 9.1-8). Quando o próprio João esteve em grande dificuldade na ilha de Patmos, o Senhor Jesus lhe apareceu para confortá-lo e lhe confiou revelações que, além de edificarlhe, ofereceram sustentação doutrinária à Igreja do Senhor (Ap 1.17 - 22.21). A variedade de registros a respeito da ressurreição de Cristo realizada pelos escritores do Novo Testamento é a mais evidente prova de que o Senhor Jesus está e permanecerá vivo eternamente.

SINOPSE DO TÓPICO (4)
As aparições de Jesus antes de sua encarnação, o fato de Ele ter participado da criação de todas
as coisas, bem como a variedade de registros a respeito de sua ressurreição pelos escritores do
NT, indicam que Ele vive eternamente.



CONCLUSÃO

O nascimento de Jesus, seu ministério, morte, sepultamento, ressurreição e ascensão, são as expressões máximas de sua perfeita humanidade e divindade. Sua onipresença em toda a história, sua indispensável estada, na forma humana, por um breve período no universo dos homens, e a direção da sua Igreja, são a prova de que Ele está conosco (Mt 28.20). Bem aventurados os que crêem assim.

REFLEXÃO
"No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus."



AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO


Subsídio Doutrinário
Subsídio Teológico
"Jesus teve, no seu nascimento, duas naturezas distintas. Pela concepção sobrenatural de Maria, Jesus herdou do seu Pai, pela operação do Espírito Santo (cf. Lc 1.35), a natureza divina com todas as suas características. De Maria, Ele recebeu a natureza humana. Assuas naturezas divina e humana se uniram na constituição de sua pessoa de modo perfeito. As duas naturezas não se misturam, isto é, Jesus não ficou com a sua divindade 'humanizada' ou com a sua natureza humana 'divinizada'. Em Caná, quando Jesus transformou a água em vinho, a água deixou de ser água e passou a ser integralmente vinho (cf.Jo 2.8-10). Quando, porém, Jesus se fez homem, continuou sendo Deus verdadeiro, mesmo estando sob a forma de homem verdadeiro. As duas naturezas operavam assim simultânea e separadamente na sua pessoa. Jamais houve conflito entre as duas naturezas, porque Jesus, como homem, seja nas suas determinações ou autoconsciência, sempre conforme a direção do Espírito Santo, sujeitava-se à vontade de Deus, de acordo com a sua natureza divina (cf. Jo 4.34; 5.30; 6.38; Sl 40.8; Mt 26.39). Assim Jesus possuía duas naturezas em uma só personalidade, as quais operavam de modo harmonioso e perfeito, em uma união indissolúvel e eterna". (BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.66,67).

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 2004.


VOCABULÁRIO

Feitura: Efeito do trabalho; obra, produto.
Idoneidade: Qualidade de idôneo; aptidão, capacidade, competência.


BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 2004.

SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão, CPAD, no 39, p. 37.


EXERCÍCIOS

RESPONDA

1. Qual o propósito de João ao escrever sua primeira epístola?
R. Solidificar a convicção de seus leitores a respeito da eternidade de Jesus Cristo, o filho de Deus.

2. Mencione uma referência bíblica que comprove a manifestação do filho de Deus em carne.
R. (1 Jo 1.1)

3. Mediante quais expressões joaninas fica evidente a ênfase do autor ao fato de que os apóstolos haviam convivido com Jesus?
R. "O que vimos com os nossos olhos", "o que temos contemplado", "nossas mãos tocaram" e "o que vimos e ouvimos".

4. . Cite algumas referências bíblicas que comprovam a aparição de Jesus em forma humana no AT.
R. Gn 18.1-8; 32.22-30; Js 5.13-15; Jz 13.2-22.

5. . Em relação ao Novo Testamento, qual é a prova mais evidente de que Jesus está vivo?
R. . A variedade de registros a respeito de sua ressurreição realizada pelos escritores do Novo Testamento.



APLICAÇÃO PESSOAL

O fato de Jesus ter se tornado humano, deixado a sua glória junto ao Pai, descido à terra e aqui vivido como um comum mortal é a maior prova de amor que possa existir. Lamentavelmente, essa mensagem tem desaparecido de muitos púlpitos. O evangelho pragmático tem tomado conta dos livros, hinos, mensagens e muitos outros meios, os quais deveriam ser usados para a glória e a honra do Senhor. O sacrifício redentor foi reduzido e rebaixado à categoria de balcão de empregos, sistema de saúde, consultório psicológico e tem sido confundido até mesmo com uma espécie de "jogo de azar", ao qual as pessoas recorrem para enriquecer com facilidade e sem nenhum esforço. Nós, que temos consciência da importância e do valor que esse gesto de amor possui, devemos agradecer ao Eterno Deus e proclamá- lo aos que estão à nossa volta. Enquanto o Evangelho é loucura para os gregos, cujos deuses "evoluíam" da condição humana para a divina, o nosso Cristo deixou a sua glória e fez o caminho inverso: continuou sendo Deus, mas também se tornou homem, experimentando a morte. Tudo para nos salvar! Se esta mensagem divina é loucura para os que perecem, para nós, é o poder de Deus, pois seu teor, conteúdo e aceitação, salvou-nos a vida da perdição eterna.