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Lição 9 - 29 de agosto de 2010 - Jesus - O Cumprimento Profético do Antigo Pacto

TEXTO ÁUREO

"E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos" (Lc 24.44).

VERDADE PRÁTICA

O Senhor Jesus é o centro das Escrituras Sagradas e está presente em seu conteúdo, história e instituições, de maneira direta e indireta.

HINOS SUGERIDOS 291, 380, 465

 LEITURA DIÁRIA
Segunda - Is 42.1-4 - Cristo é pregado até aos confins da terra
Terça - Lc 24.25-27 - O Antigo Testamento cumpre-se em Jesus
Quarta - At 26.22,23 - Os profetas falaram da futura Igreja de Jesus
Quinta -1 Pe 1.10,11 - O Espírito Santo revelou o Messias aos profetas
Sexta - Mt 12.40 - A missão de Jonas e a missão de Cristo
Sábado - Hb 9.11 - O tabernáculo é uma figura de Cristo

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE    Atos 3.18-26

INTERAÇÃO
Prezado professor, como seus alunos têm recebido o assunto até aqui? Seu objetivo tem sido alcançado? Caro professor, a autoavaliação de seu desempenho ajudará muito o desenvolvimento da classe. A lição de hoje trata das profecias do AT cumpridas em Jesus. O apóstolo Pedro prega no Templo o cumprimento das profecias preditas pela boca de todos os profetas de Deus. Jesus é o Evento que já fora pregado pelos santos profetas, mas que agora devia ser aceito pelo povo de Deus. O apóstolo mostra que Jesus é o profeta que Deus levantaria para ser ouvido, conforme a profecia de Moisés. Jesus Cristo é o cumprimento das profecias!

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Identificar as figuras proféticas que apontavam para Cristo.
Explicar as profecias diretas sobre o nascimento de Jesus.
Reconhecer que as obras de Jesus foram e são proféticas.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, inicie a aula de hoje enfatizando que a fé cristã é embasada em um fundamento sólido. Leia os seguintes textos com seus alunos: Lucas 1.1-4 e Atos 1.1-4. Comente o exercício sério e inspirador (oriundo de Deus) feito por Lucas em seu trabalho de elaboração de ambos os livros, dando provas cabais de que Jesus ressuscitou e foi visto não por uma ou duas pessoas, mas por toda a comunidade cristã de Jerusalém. Esse fato se desdobra em 1 Coríntios 15, quando Paulo ratifica a doutrina da ressurreição de Cristo. Em seguida, reproduza o quadro abaixo (conforme as suas possibilidades), delineando o cumprimento profético do AT em Cristo. Você pode ainda enriquecer o quadro com outras profecias referentes a Cristo

COMENTÁRIO   -  INTRODUÇÃO

O conteúdo do Antigo Testamento acerca da obra redentora de Deus, em Cristo, é muito rico em detalhes e não se restringe às profecias. Os escritores do Novo Testamento reconhecem a presença de Cristo na história da redenção, nas instituições e nas festas sagradas do Antigo Testamento.

I. FIGURAS PROFÉTICAS

1. As prefigurações. A paixão de Cristo foi prefigurada na instituição da páscoa, no Egito (Êx 12.3-13). O cordeiro sacrificado diariamente apontava para Cristo que padeceu durante a comemoração dessa grande festa judaica (Lc 22.15), pois "Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós" (1 Co 5.7). Os sofrimentos de Davi, descritos no Salmo 22, prefiguram os vitupérios e flagelos de Jesus: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Sl 22.1; Mt 27.46; Mc 15.34).

2. A linguagem profética. Ao retornar do Egito, a sagrada família foi habitar em Nazaré: "E chegou e habitou numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno" (Mt 2.23). O profeta Jeremias, por exemplo, predisse que Jesus seria traído conforme lemos em Mateus 27.9. Leia também o que escreveu Zacarias (Zc 11.12,13). Os profetas, segundo podemos observar, eram harmônicos entre si, pois todos eram inspirados por um único Espírito - o Espírito Santo de Deus.

RESUMO DO TÓPICO (1)

A profecia do Antigo Testamento fala por intermédio de prefigurações, tanto por imagens quanto por linguagem profética. .

II. INSTITUIÇÕES PROFÉTICAS

1. Israel. Quando José, Maria e o menino Jesus retornaram do Egito, depois da morte de Herodes, o Grande, Mateus registrou esse fato como o cumprimento de uma profecia: "Do Egito chamei o meu Filho" (Mt 2.15). Essa passagem está em Oseias 11.1: "Quando Israel era menino, eu o amei; do Egito chamei a meu filho". Qualquer hebreu do mundo pré-cristão, ao ler essa passagem, logo concluiria tratar-se da saída dos filhos de Israel do Egito, e não estaria errado, pois o profeta está, de fato, referindo-se ao evento da libertação do Egito. No entanto, vemos aqui também uma profecia messiânica.

2. O tabernáculo. Representava a presença de Deus no meio do povo. Deus mandou Moisés construir o tabernáculo, porque almejava habitar no meio dos filhos de Israel: "E me farão um santuário, e habitarei no meio deles" (Êx 25.8). No tabernáculo (Êxodo caps. 25 - 40) está a figura de Cristo: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1.14). Não somente isso, mas cada peça e utensílio do tabernáculo apontam igualmente para Cristo e sua obra salvífica (Hb 9.8-10).

3. O sacerdócio. A ordem de Arão, também conhecida como sacerdócio levítico, foi instituída por Moisés como o sistema sacerdotal dos hebreus. Era o exercício do santo ministério no Antigo Testamento. A consagração de Arão e o seu ministério prefiguram a obra de Cristo; isso está muito claro na epístola aos Hebreus (Hb 5.4,5). Já no Antigo Testamento, a palavra profética anunciava a mudança no sistema sacerdotal (Jr 31.31-34; Hb 8.8-12) e a substituição do sacerdócio arônico pela ordem sacerdotal de Melquisedeque (Sl 110.4; Hb 7.11,17).

RESUMO DO TÓPICO (2)

Israel, o Tabernáculo e o Sacerdócio são instituições proféticas que identificam o Messias nas profecias para o seu povo.

III. PROFECIAS DIRETAS ACERCA DO NASCIMENTO DE JESUS

1. A origem humana de Jesus. Imediatamente à Queda do homem, no Éden, Deus prometeu o Redentor, no entanto, o seu perfil foi sendo revelado por Ele, nas Escrituras, ao longo do tempo. O Antigo Testamento anunciou de antemão a divindade absoluta do Messias (Is 9.6; ler também Hb 1.8; Rm 9.5). Quanto à origem humana de Jesus, Ele é chamado de semente da mulher (Gn 3.15), ou seja, seria um ser humano nascido de mulher (Gl 4.4), mas sem pecado (Mt 1.20; Hb 4.15).

2. O descendente dos patriarcas de Israel. Deus prometeu a Abraão, Isaque e Jacó, ancestrais do povo hebreu, que por meio deles seriam abençoadas todas as famílias da terra, uma promessa messiânica (Gn 12.3; 17.19; 24.14), que se cumpriu em o Novo Testamento (Lc 3.33, 34). A palavra profética foi tornando-se cada vez mais clara e específica, e revelou que Ele viria da descendência de Judá (Gn 49.10), o que se cumpriu (Hb 7.14). Os profetas disseram que o Salvador seria um descendente de Davi (Jr 23.5,6) e essa palavra também se cumpriu (Mt 22.42; Lc 1.32; Jo 7.42; Rm 1.3; Ap 22.16).

3. Nascido de uma virgem. A palavra profética fala da concepção virginal de Cristo (Is 7.14). Deus interveio sobrenaturalmente, a fim de que a virgem concebesse sem haver tido qualquer contato com um homem. No entanto, havia uma dificuldade natural para que a profecia se cumprisse. Como poderia uma donzela aparecer grávida numa sociedade crente em Deus e conservadora como a judaica? Mas Deus tudo providenciou para que a sua palavra se cumprisse. Maria já estava casada; todavia, ainda não havia coabitado com José, seu marido (Mt 1.18; Lc 1.34,35).

4. O local de nascimento de Jesus. Quando o anjo Gabriel anunciou a Maria o nascimento de Jesus, ela vivia em Nazaré (Lc 1.26, 27). A palavra profética, porém, indica a cidade de Belém de Judá como o local do nascimento do Messias (Mq 5.2). Para isso, Deus mobilizou o próprio imperador romano, César Augusto, para que baixasse um decreto, obrigando cada pessoa em Israel a alistar-se na cidade de seu nascimento. Sendo José belemita, foi com Maria para Belém, ocasião em que ela deu à luz o Salvador (Lc 2.9-11).

5. O massacre das crianças de Belém. O brutal assassinato das crianças da região de Belém por ordem de Herodes, o Grande (Mt 2.16), foi o cumprimento de uma profecia de Jeremias (Jr 31.15).

RESUMO DO TÓPICO (3)

O perfil do nascimento do Redentor foi revelado por Deus através do desdobramento profético nas Escrituras.

IV. PROFECIAS SOBRE AS OBRAS DE JESUS

1. A visão messiânica em Moisés (vv.22,23). O Novo Testamento revela que o povo judeu aguardava a vinda do Messias, conforme escrevera Moisés: "havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na Lei" (Jo 1.45). O apóstolo Paulo explicou: "dando testemunho, tanto a pequenos como a grandes, não dizendo nada mais do que os profetas e Moisés disseram que devia acontecer" (At 26.22). O apóstolo Pedro, na sua pregação na área externa do Templo, afirma que Moisés anunciou a vinda do Messias, e que a missão deste seria semelhante à do legislador dos hebreus - fazer a mediação entre o povo e Deus (1 Tm 2.5).

2. Sua vida e ministério. O profeta Isaías anunciou que o Messias haveria de habitar em Naftali, nos confins de Zebulon (Is 9.1-4); o Novo Testamento o confirma (Mt 4.13). O profeta Zacarias predisse a sua entrada triunfal em Jerusalém, montado num jumento (Zc 9.9); os Evangelhos registram o referido acontecimento (Mt 21.1-11). A palavra profética anuncia também a sua traição; seria traído por um amigo (Sl 41.9), ou seja, por Judas Iscariotes (Mt 26.14-16; Jo 13.2; 17.12).

3. Seu sofrimento, morte e ressurreição (vv. 18,26). O Antigo Testamento anunciou com abundância de detalhes a paixão de Cristo, principalmente o capítulo 53 de Isaías (ver Lição 5). Todavia, Deus prometeu ressuscitá-lo da morte (Sl 16.10); os Evangelhos narram esse sublime acontecimento (Mt 28.1-5). O apóstolo Pedro ressalta esse fato e o seu cumprimento (At 2.25-32), o qual tornou-se o tema principal da mensagem apostólica (1 Co 15.4-20). Seu retorno ao céu também estava na mensagem dos profetas (Sl 24) e cumpriu-se 40 dias depois de sua ressurreição (At 1.9-11).

RESUMO DO TÓPICO (4)

As profecias do Antigo Testamento anunciam com detalhes o sofrimento, a morte e a ressurreição do Senhor Jesus.

CONCLUSÂO

Jesus é o começo e o fim do Antigo Testamento, cujos livros concentram-se no Messias. Ele é o centro das Escrituras Sagradas. Tudo o que estudamos na presente lição prova de maneira consistente e robusta que é impossível a alguém manipular tais circunstâncias, a fim de forçar o cumprimento das profecias bíblicas.


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

Subsídio Teológico - Sobre o nascimento virginal de Jesus

Isaías 7, com sua promessa de um filho que nascerá, é o pano de fundo do nascimento virginal. Muitas controvérsias têm girado ao redor do termo hebraico 'almah, conforme usado em Isaías 7.14. A palavra é usualmente traduzida por Virgem, embora algumas versões traduzam-na por Jovem. No AT, sempre que o contexto oferece uma nítida indicação, a palavra significa uma virgem com idade para casamento. Parece que, no contexto dos capítulos 7 e 8 de Isaías, a profecia a respeito de 'almah tinha um significado bastante importante para a época do profeta. Em primeiro lugar, a profecia não fora direcionada somente ao rei Acaz, mas à totalidade da casa de Davi. O Senhor prometeu um sinal sobrenatural, não para Acaz, mas para a casa de Davi, sinal este que manteria sua importância no decurso da História. Note que o nome do menino seria Emanuel, Deus conosco. O uso de Isaías 7.14, em Mateus 18.22, indica sua grande importância para a compreensão do nascimento do Senhor Jesus Cristo. O Evangelho de Mateus relata que a gravidez de Maria foi causada pela ação do Espírito Santo sobre ele, quando então concebeu Jesus no seu ventre. José, noivo de Maria, não o acreditou, até o anjo informar-lhe a respeito. Uma vez ocorrida a concepção, estava claro que se tratava do cumprimento da profecia de Isaías 7.14"

(HORTON, S. M. Teologia Sistemática. CPAD, 2009, pp.323-24).

VOCABULÁRIO

Linguagem: Sistema organizado de comunicação por sinais entre indivíduos.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro. 12.ed. CPAD, 2009.

LAHAYE, Tim; HINDSON, Ed (ed.). Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. Rio de Janeiro. 1. ed. CPAD, 2008.

SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão CPAD, nº 43, p. 40.

EXERCÍCIOS
1. De que se trata a profecia de Mt 2.23?
R. Do Messias que seria chamado o Nazareno.

2. Que figura encontramos no Tabernáculo?
R. A figura de Cristo.

3. Quem Deus mobilizou para fazer cumprir a profecia em Belém da Judeia?
R. O imperador romano César Augusto.

4. Que lugar no Antigo Testamento fala a respeito da ressurreição de Cristo?
R. Em Salmos 16.10.

5. O que Jesus é em si mesmo em relação ao Antigo Testamento?
R. É o começo e o fim do Antigo Testamento, o centro das Escrituras.

Lição 3 - 18 de julho de 2010 - As Funções Sociais e Políticas da Profecia

TEXTO ÁUREO


"Não havendo profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei, esse é bem-aventurado"
(Pv 29.18).


VERDADE PRÁTICA

O objetivo principal da profecia bíblica é levar o homem a amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, a fim de que haja ordem e bem-estar social.

HINOS SUGERIDOS 306, 508, 557


LEITURA DIÁRIA


Segunda - Jr 7.2  - Moisés e os direitos humanos

Terça - Jr 7.3 - Ninguém está acima da Lei

Quarta -Jr 7.4 - Governantes que decretam leis injustas

Quinta -Jr 7.11 - A ação social é tema dos profetas

Sexta - Jr 7.12 - O direito do estrangeiro, do órfão e da viúva

Sábado - Jr 7.10 - A profecia apregoa a paz, a harmonia e a justiça social

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Jeremias 34.8-11,16,17

INTERAÇÃO

Professor, você já pensou que papel social e relevante a igreja tem na sociedade contemporânea? As questões políticas e sociais foram assuntos tratados pelos profetas em sua época. Muitos deles quando estavam diante do rei, tinham a incumbência de falar o que era pertinente ao andamento do reinado (Jr 28.1-3; 11,12-14). Não eram poucos os reis israelitas, que consultavam os profetas para construir estratégias de cunho político para a nação (2 Rs 22.14-20). Como coluna e firmeza da verdade a Igreja deve, através de suas ações, denunciar injustiças sociais e também amparar os injustiçados (Mt 25.35-46).


OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Explicar  o papel político e social da profecia..

Conhecer a relação do profeta com a questão de ordem social da nação.

Conscientizar-se de que a Igreja tem o mesmo princípio profético de denunciar as injustiças, amparando os injustiçados.


ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, leia o texto bíblico de Tiago 2. 14-18; 4.17 e pergunte aos seus alunos "o que é justiça social?" Exponha na lousa as principais respostas. Com o auxílio do quadro abaixo, conceitue para eles os seguintes termos: Política e Justiça Social. Estabeleça um diálogo a fim de demonstrar a relevância que a igreja pode ter frente às mazelas de nossa sociedade. Você, professor, poderá enriquecer esse conceito acrescentando maiores exemplos, fazendo uma relação com as respostas dadas pelos alunos. Após a exposição conceitual, procure extrair dos alunos alguns pensamentos pautados pela Palavra de Deus sobre a relação: Igreja e Justiça Social. Boa aula!

COMENTÁRIO


INTRODUÇÃO

A Bíblia mostra clara e constantemente o interesse divino pelo bem-estar social dos seres humanos. A justiça social está presente na Lei e nos Profetas, abrangendo o aspecto político e religioso. Os profetas de Israel combatiam a injustiça social com o mesmo ímpeto com que atacavam a idolatria. Ainda que muitos deles não foram ouvidos em sua geração, contudo, preconizaram um modelo ético de alto nível para a sociedade de Israel e para todos os povos

I. O PAPEL POLÍTICO E SOCIAL DA PROFECIA NAS ESCRITURAS

1. O profeta e o povo. Antes da instauração da monarquia em Israel, os profetas eram vistos como figuras centrais pela sociedade, pois eram os únicos canais humanos e legítimos de comunicação entre Deus e o povo. Os arautos de Deus eram líderes não apenas religiosos, mas também políticos, cujas atividades proféticas cumpriam importantes funções de ordem política e social. Isso pode ser percebido claramente em Moisés (Dt 34.10-12) e Samuel que, inclusive, iniciou o seu ministério num período em que a profecia era escassa (1 Sm 3.1,20,21; 7.15-17).
2. O profeta e o rei.  A partir do reinado de Davi, os profetas passaram a fazer parte do grupo de conselheiros do rei. Natã e Gade são exemplos desse período (2 Sm 7.17; 24.18,19). Suas profecias tinham não somente uma função política, mas também eram importantes para a manutenção da ordem social.
3. O profeta marginalizado. No período dos reis de Israel e Judá, os profetas de Deus ficaram fora dos círculos reais, com exceção de Isaías (39.3). O ministério do profeta messiânico se estendeu até os dias do rei Manassés que, segundo a tradição rabínica, mandou serrar Isaías ao meio (Hb 11.37). Com a decadência espiritual dos monarcas de Israel, os profetas desenvolveram seu ministério distante do culto central. Dessa forma, se empenharam em mudar a estrutura social tanto em Samaria como em Jerusalém, diante de tanta corrupção e injustiça generalizada.

SINÓPSE DO TÓPICO (1)

A profecia exercia um papel fundamental na esfera política e social em Israel, haja vista os ministérios dos profetas Moisés, Samuel, Natã, Isaías e Jeremias.

II. O PROFETA É ENVIADO AO REI

1. O princípio do fim do reino de Judá. Como vimos na leitura bíblica, embora tenha jurado lealdade e obediência aos babilônios (2 Cr 36.11-14) e, por isso, reinado onze anos em Jerusalém, o rei Joaquim (que teve o seu nome mudado pelo rei da Babilônia, o qual passou a chamá-lo de Zedequias) rebelou-se contra o rei dos caldeus no oitavo ano de seu reinado (2 Rs 24.8-17). Mesmo já estando Judá sob o domínio babilônio, tal postura ocasionou a destituição do rei Joaquim por Nabucodonosor em 598 a.C., que mandou levá-lo para a capital do Império e colocou seu tio, Matanias,  em seu lugar.
2. Profecia dirigida ao rei (v.2). O exército dos caldeus, liderando as demais tropas dos povos conquistados, estava à volta de Jerusalém esperando o assédio final. Jeremias já vinha anunciando durante décadas o trágico fim do reinado de Judá (1.15; 5.15; 6.22; 10.22; 25.9). Mesmo assim, em seus oráculos havia esperança de livramento da parte de Deus se o povo se arrependesse de seus pecados e renunciasse às injustiças sociais (7.5-7; 22.3,4). O rei juntamente com os seus príncipes e a maior parte do povo rejeitaram a mensagem de Jeremias e a dos demais profetas (2 Cr 36.12,15,16). Agora, cerca de 40 anos depois de proferir esse discurso, Deus encarrega o próprio Jeremias de comunicar ao rei que a destruição de Jerusalém é irrevogável: "Eis que eu entrego esta cidade nas mãos do rei da Babilônia, o qual a queimará" (v.2).
3. O destino do rei Zedequias é anunciado (v.3). Se quisesse ter paz, o povo deveria se submeter ao rei da Babilônia, pois Jeremias afirmava em sua mensagem que o cativeiro haveria de durar 70 anos (25.11-14; 29.4-10). Além disso, segundo a profecia divina proferida por Jeremias contra o rei Zedequias: este seria entregue nas mãos do rei de Babilônia (v.3).
Infelizmente, os contemporâneos deste profeta acreditavam mais na mensagem de um falso profeta chamado Hananias, que incitava o povo a se levantar contra o rei de Babilônia, dizendo - mentirosamente - que em dois anos seria quebrado o jugo dos caldeus (28.11). Por isso, esse profeta era visto com desconfiança, como um espião em favor dos inimigos, e tido como traidor (37.13).

SINÓPSE DO TÓPICO (2)

A questão social em Israel era tão relevante para o Senhor que, por ignorá-la, Zedequias e o povo foram severamente castigados.

III. A QUESTÃO DE ORDEM SOCIAL

1. A liberdade dos escravos hebreus (vv.8-10). A legislação hebraica sobre o escravo hebreu era diferente da do escravo estrangeiro. Por razões de falência econômica, o israelita se vendia como escravo ao seu irmão, porém, Moisés limitou a escravidão de hebreus ao período máximo de seis anos, quando este devia ser liberto (Êx 21.2; Dt 15.1-18). Esse preceito, porém, não era observado (v.14). Quando Jerusalém estava sitiada pelos caldeus, Zedequias resolveu libertar os escravos, esperando com isso o livramento divino. Era, infelizmente, tarde demais e, acima de tudo, tratava-se de uma reação artificial e interesseira.
2. A alforria dos escravos é cancelada (v.11). O profeta Jeremias anunciou que o rei do Egito retornaria a sua terra e o cerco da Cidade Santa pelos caldeus recomeçaria (Jr 37.5-8 - Convém salientar que os capítulos do livro de Jeremias não estão em ordem cronológica). Entretanto, os fatos de Faraó ter vindo em socorro de seu aliado Judá, o cerco de Jerusalém ter sido suspenso e os caldeus se retirado, fizeram com que o rei Zedequias e os seus príncipes não acreditassem no profeta de Deus. Assim, pensando estarem salvos do perigo, revogaram a lei da libertação dos escravos (v.11).
O pecado maior deles consistiu em desfazer um concerto religioso feito em nome de Deus e no Templo: "[...] e tínheis feito diante de mim um concerto, na casa que se chama pelo meu nome" (v.15). A cerimônia de libertação dos escravos foi um pacto feito no Templo, quando eles sacrificaram um bezerro, dividindo-o ao meio, passando em seguida entre as metades (v.18). Esse, aliás, era  um método dos povos antigos de ratificar um tratado (Gn 15.10,17). Esse ritual significa que a parte que violar o pacto terá o mesmo destino do animal sacrificado. Assim, este era um ato ignominioso de traição e de deslealdade, acrescido do perjúrio (Êx 34.18,20).
3. A indignação divina (vv.16,17). Em vez dos babilônios, foi o próprio Deus quem liberou a espada para a destruição de Judá. A reação divina contra a atitude indigna e vergonhosa de Zedequias, de seus príncipes e dos grandes de Judá, tinha a sua razão de ser. A parte final do capítulo 34 descreve o duro juízo do Senhor sobre o povo escolhido.

SINÓPSE DO TÓPICO (3)

A questão social em Israel era tão relevante para o Senhor que, por ignorá-la, Zedequias e o povo foram severamente castigados.

CONCLUSÂO

A palavra dos profetas não foi vã, eles lutaram por uma causa nobre, ainda que, como foi dito, não foram ouvidos em sua geração. Não obstante, seus ideais atravessaram os séculos e até hoje impressionam políticos, filósofos, economistas, intelectuais, religiosos etc. Em frente ao edifício das Nações Unidas, em Nova Iorque, encontra-se um monumento chamado "Parede de Isaías", no Parque Ralph Bunche, onde está escrita a seguinte profecia: "[...] uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra" (Is 2.4 - ARA). Há somente um que tem poder para transformar essa expectativa profética em realidade, Ele se chama Senhor Jesus Cristo, o Príncipe da Paz (Is 9.6).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

Subsídio Bibliológico
Zedequias
Era um governador fraco e inseguro. Em uma audiência com Jeremias, confessou seus temores e apelou ao profeta que não comentasse o assunto com quem quer que fosse (38.14-28). Todavia, aparentemente, ele tomou a iniciativa de persuadir o povo a que concordasse com a libertação dos escravos hebreus, após o período legal de sete anos. Deus o recompensara por este ato de piedade, independentemente de sua motivação.
Escravidão
Em Israel, esta instituição era diferente da praticada em outras sociedades do mundo antigo. Um jovem hebreu podia ser comprado, mas somente seria mantido como escravo por um período de sete anos. Ao final deste tempo, seu senhor deveria libertá-lo, suprindo-o generosamente com recursos suficientes para iniciar uma nova vida. Em suma: na lei mosaica, a escravidão era mecanismo social destinado a proteger o pobre, habilitando-o a alcançar a condição de auto-sustento. Em Judá, entretanto, a escravidão fora corrompida, pois as pessoas ricas escravizaram para sempre seus patriotas judeus. A intenção inicial de uma provisão caridosa ao pobre se desvirtuara ao se transformar numa instituição opressora
 (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. 1.ed. RJ, CPAD, 2005, p.469).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOII

Subsídio Teológico
"O nosso próximo é uma pessoa, um ser humano, criado por Deus. E Deus não o criou como uma alma sem corpo (para que pudéssemos amar somente sua alma), nem como um corpo sem alma (para que pudéssemos preocupar-nos exclusivamente com seu bem-estar físico), nem tampouco um corpo-alma em isolamento (para que pudéssemos preocupar-nos com ele somente como um indivíduo, sem nos preocupar com a sociedade em que ele vive). Não! Deus fez o homem um ser espiritual, físico e social. Como ser humano, o nosso próximo pode ser definido como "um corpo-alma em sociedade". Portanto, a obrigação de amar o nosso próximo nunca pode ser reduzida para somente uma parte dele. Se amamos nosso próximo como Deus o criou (o que é mandamento para nós), então, inevitavelmente, estaremos preocupados com o seu bem-estar total, o bem-estar do seu corpo, da sua alma e da sua sociedade. [...] É verdade que o Senhor Jesus ressurreto deixou a Grande Comissão para a sua Igreja: pregar, evangelizar e fazer discípulo. E esta comissão é ainda a obrigação da Igreja. Mas a comissão não invalida o mandamento, como se 'amarás o teu próximo' tivesse sido substituído por 'pregarás o Evangelho'. Nem tampouco reinterpreta o amor ao próximo em termos exclusivamente evangelísticos. Ao contrário, enriquece o mandamento amar o nosso próximo, ao adicionar uma dimensão nova e cristã, nomeadamente a responsabilidade de fazer Cristo conhecido para esse nosso próximo"
(STOTT. John R. W. Cristianismo Equilibrado. Rio de Janeiro, CPAD, pp.60-1).

VOCABULÁRIO

Monarquia: Estado ou forma de governo em que o soberano é monarca.
Monarca: Soberano vitalício e, comumente, hereditário, duma nação ou Estado.
Legislação: O conjunto de leis.
Alforria: Liberdade concedida ao escravo.
Salientar: Destacar-se em relação alguma coisa.
Ignominioso: Que traz ou envolve infâmia.
Perjúrio: Ato ou efeito de perjurar (jurar com falsidade).


BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. 1ª ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2005.
STOTT. John R. W. Cristianismo Equilibrado. Rio de Janeiro, CPAD.


SAIBA MAIS

Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 43, p. 37.


EXERCÍCIOS


1. Quem eram as figuras centrais em Israel no período que antecedeu a monarquia?
R. Os profetas.

2. Por que o profeta Jeremias era visto com desconfiança, como traidor da nação?
R. Porque os contemporâneos de Jeremias acreditavam mais no falso profeta chamado Hananias.

3. O que esperava o rei Zedequias com a libertação dos escravos?
R. O livramento divino.

4. Por que Zedequias revogou a libertação dos escravos?
R. Porque ele e os seus príncipes pensavam estar salvos do perigo.

5. Quem é o único que pode trazer a paz entre as nações?
R.  Jesus Cristo.