Lição 10 - 05 de dezembro de 2010 - O Ministério da Intercessão

TEXTO ÁUREO

“Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos”
(Ef 6.18).

VERDADE PRÁTICA

Através de Cristo e sob o poder do Espírito Santo, somos impulsionados e capacitados a interceder uns pelos outros.

HINOS SUGERIDOS 156, 218, 517


LEITURA DIÁRIA

Segunda - Mt 15.22-28
A intercessão da mulher siro-fenícia

Terça - Jó 42.10
A intercessão altruísta de Jó

Quarta - Lc 23.34
A intercessão compassiva

Quinta - Rm 8.34; Hb 7.25
A intercessão compassiva

Sexta - Rm 8.26
O Espírito Santo intercede pelo crente

Sábado - 1 Tm 2.1-4
Devemos interceder por todos os homens

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 18.23-29,32,33

INTERAÇÃO

Intimidade! Quando olhamos para a vida de Abraão e a sua apaixonada intercessão em favor de Sodoma e Gomorra percebemos que ele mantinha uma relação tão vital com Deus que Este compartilhou com Abraão uma intimidade do seu próprio coração no tocante àquelas duas cidades: “E disse o Senhor: Ocultarei eu a Abraão o que faço?” (Gn 18.7). Por causa dessa intimidade Abraão foi um grande intercessor. Suas intercessões não chegaram impedir a ira de Deus sobre as duas cidades, mas serviram para livrar a Ló e sua família daquela destruição (Gn 19.29). Com Abraão entendemos que toda intercessão significativa só pode se originar de um coração que esteja em perfeita intimidade com a compaixão e os propósitos do coração de Deus.

OBJETIVOS

Explicar a oração intercessória no Antigo Testamento e em o Novo Testamento.

Compreender as características de um intercessor.

Conscientizar-se que a compaixão e o amor são características marcantes do cristão.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, sugerimos que você utilize o quadro abaixo ao introduzir o segundo tópico. Isso pode ser feito através de Power Point, retroprojetor, lousa ou distribuição de cópias. Procure enfatizar o ministério da intercessão exercido por Abraão, Moisés e Paulo como exemplos de amor ao próximo, porém, cite Jesus Cristo como o exemplo supremo de compaixão e amor pelo próximo. Conclua explicando que a vida de oração intercessória passa pelas características cristãs de perseverança, altruísmo e empatia conforme o quadro da página seguinte. Boa aula!

COMENTÁRIO


INTRODUÇÃO

O amor é a característica mais marcante do cristão (Jo 13.35). Esse amor deve ser demonstrado em todo o seu viver, inclusive em suas orações intercessórias. Intercessão quer dizer orar a Deus em favor de outra pessoa. A Palavra ordena aos filhos de Deus a orar por seus irmãos (Ef 6.18,19), pela obra de Deus (Mt 9.38), pelas autoridades constituídas (1 Tm 2.1,2) e até pelos inimigos (Mt 5.44). Se você, meu irmão, não é um intercessor, está perdendo a bênção de Deus. Portanto, entre na esfera da intercessão agora!

I. A ORAÇÃO INTERCESSÓRIA

1. No Antigo Testamento. Entre o povo de Israel havia muitos homens fiéis, amorosos e dedicados, que perseveraram em oração a Deus por seus irmãos e pela nação inteira. Samuel (1Sm 7.8,9; 12.19-25), Moisés (Êx 32.11-14, 30-32; Dt 9.13-19), Jeremias (14.19-22), Esdras (Ed 9. 6-15), Daniel (Dn 9.3-19) e tantos outros servem como exemplo. O próprio Deus menciona nominalmente homens como Samuel e Moisés como intercessores (Jr 15.1). Estes homens santos se afligiam com o pecado do povo, sentiam a necessidade do perdão divino e choravam diante de Deus, suplicando-lhe uma solução.
2. Em o Novo Testamento. O ministério da intercessão perante Deus continuou, sendo o Senhor Jesus o nosso supremo exemplo (Jo 17). Pessoas vinham ao Mestre pedindo por seus parentes, amigos e servos (Mc 5.22-43; 10.13; Jo 4.46-53). Jesus demonstrou a prática da intercessão muitas vezes orando pelos perdidos (Lc 19.10), por Jerusalém e seus discípulos (Jo 17.6-26). Na igreja, a partir do livro de Atos e das Epístolas há muitos e variados exemplos de intercessões em oração, nos quais há grandes lições para a nossa vida cristã. A igreja é incentivada a orar uns pelos outros (Tg 5.16; Ef 6.18). Ela deve habituar-se a interceder pelas necessidades dos irmãos (At 12.5; 13.3). Na igreja, às vezes há grupos que se organizam e se intitulam “Os Intercessores”, mas não perduram. O verdadeiro intercessor não gosta de aparecer. Ele em si mesmo se compraz em ver, mediante sua intercessão, o nome de Deus ser glorificado pelas bênçãos concedidas.
3. Nos dias atuais. A Bíblia nos ensina que é dever do crente orar pelos outros (1 Jo 5.16; 1 Tm 2.1,8; Ef 6.18; Tg 5.16). Contudo, não é só um dever, mas principalmente um privilégio e um canal de bênção. Aquele que persevera em orar pelos outros, Deus levanta intercessores para orar por ele e, assim, todos são abençoados. A oração intercessória enquadra-se na verdade bíblica: “Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35). Quem ora, se coloca diante de Deus, entra em sua presença e nunca sai deste encontro da mesma forma que entrou. Ser alvo de uma oração é gratificante; orar é glorioso. A prática de estar com Deus em oração, muda o homem (Gn 32.22-32). As pessoas conseguem perceber a diferença daquele que cultiva a comunhão com Deus (Êx 34.29-35). Dentre os discípulos de Jesus, três conviveram mais com Ele; e dentre os três, um era-lhe ainda mais chegado.

SINÓPSE DO TÓPICO (1)

A oração intercessória no AT (como as de Moisés e Samuel) e em o NT (o supremo exemplo de Jesus) serve de modelo para os dias hodiernos.

II. CARACTERÍSTICAS DE UM INTERCESSOR

1. Perseverança. Abraão foi um homem perseverante. Sua súplica a Deus por Sodoma e Gomorra demonstra sua diligência. Ele intercedeu diante de Deus e nisso perseverou até obter a resposta (Gn 18.22-33). O intercessor não pode se deixar levar pelas dificuldades e aparentes “impossibilidades”. Foi o caso da mulher siro-fenícia perante Jesus. Apesar de ser ignorada e receber inicialmente um “não” do Senhor, como teste da sua fé, ela insistiu em seu pedido, humilhando-se diante dEle, até que foi atendida em sua petição (Mt 15.22-28).
2. Altruísmo. Em um autêntico intercessor não pode haver egoísmo, mesmo porque, se alguém é egoísta, não é intercessor. O oposto do egoísmo é o altruísmo. A pessoa esquece de si mesma e cuida do outro por amor. O caso de Moisés é emblemático. O Senhor falou em acabar com o povo de Israel e iniciar, a partir dele (Moisés), outro povo (Êx 32.7-14). O amor que Moisés tinha por aquelas pessoas, que com tanto zelo e devoção eram conduzidas por ele, dominava o seu ser. Esse amor o levou a rejeitar a proposta e interceder pelo povo que havia desprezado a Deus e ao próprio Moisés (Êx 32.1,4). Na mesma ocasião, esse servo de Deus pediu para ser riscado do livro divino, caso o Senhor não perdoasse aos israelitas (Êx 32.30-32). Um fato semelhante é o de Jó, que em meio a severas provações, grande necessidade e graves problemas de saúde, intercedia diante de Deus por seus “amigos” (Jó 42.10). O apóstolo Paulo, com profundo amor pelo seu povo e anseio por sua salvação, afirmou que abriria mão de sua própria salvação em favor deles (Rm 9.3). Jesus, cravado no madeiro, sofrendo grandes dores, intercedeu por seus algozes (Lc 23.33,34), e pelo ladrão arrependido crucificado ao seu lado (vv.40-43).
3. Empatia. Empatia é, no campo natural, a capacidade de uma pessoa identificar-se com outra; harmonizar-se, combinar com outra pessoa, sentir o que ela sente, desejar o que ela quer, apreender do modo como ela apreende. Interceder, no campo espiritual, é mais do que simplesmente apresentar pedidos em favor de outros diante de Deus. É ter a capacidade de se colocar no lugar daquela pessoa ou pessoas, sentir suas misérias, sua dor, seu estado, sua necessidade e, por conseguinte, implorar a Deus por sua resposta. Esdras e Jeremias foram exemplos nesta área. Eles mesmos não haviam pecado contra Deus, cometendo as abominações que o povo cometia em sua época. No entanto, em oração apresentaram o povo a Deus, rogando-lhe o seu perdão e implorando por salvação (Jr 14.18-22; Ed 9.6-15). Neemias, o governador, fez a mesma coisa (Ne 9.33,37). Em Jesus esta característica é notória; Ele sentia a dor das pessoas, o que o levava à compaixão (Lc 7.11-13; Mt 9.36; 14.14). Quando viu a dor de Maria ao perder seu irmão, chorou (Jo 11.32-35). O cristão deve sempre ter em si esta virtude (Rm 12.15) ao interceder diante de Deus por outro.

SINÓPSE DO TÓPICO (2)

As principais características bíblicas do intercessor são: perseverança, altruísmo e empatia.

III. A FORÇA DA ORAÇÃO COLETIVA

1. Nínive. O Senhor havia determinado a destruição de Nínive. Seus habitantes, no entanto, decidiram arrepender-se e humilhar-se diante de Deus, como um só homem, apregoando um jejum que incluía até os animais, clamando a Deus por misericórdia e pela revogação da sentença destruidora que fora motivada por eles mesmos. Apesar dos protestos do profeta Jonas, tiveram sua petição atendida, e todo o povo foi salvo da destruição (Jn 3.5-10).
2. Israel. Quando Ester tomou conhecimento do terrível e destruidor edito real que decretava a morte de todos os judeus, ela e suas auxiliares decidiram orar e jejuar para que o Senhor preservasse a vida dos descendentes de Abraão e desse vitória sobre seus inimigos. Mais uma vez, Deus respondeu à oração (Et 4.15-17; 8.1-17).
3. Igreja Primitiva. A igreja começou em plena atmosfera de oração (At 2.42). Eles apresentavam seus pedidos a Deus de forma unânime. Quando Pedro foi preso, a igreja reuniu-se para interceder a Deus por ele (At 12.1-17). Aquela reunião de súplica foi certamente transformada em reunião de louvor e agradecimento

SINÓPSE DO TÓPICO (3)

A oração coletiva é eficaz na perseverança e unanimidade da igreja, assim como o exemplo em Nínive, Israel e na Igreja Primitiva.

CONCLUSÃO

Orar pelos outros é um dever e uma prova de que o amor de Deus está derramado no coração do intercessor. Buscar a Deus com fé é o modo correto de começar. Todos os cristãos devem desenvolver uma vida de oração e intercessão, buscando ter em si virtudes como altruísmo, perseverança e empatia espiritual. Assim fazendo, além de aprimorar sua vida de comunhão com Deus, o cristão estará cumprindo o mandato divino de amar ao próximo como a si mesmo.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOI

Subsídio Bibliográfico
Intercessão
“O vocábulo hebraico ‘paga’ ocorre 46 vezes no Antigo Testamento. Sua forma verbal significa ‘encontrar-se’, ‘pôr pressão sobre’ e, finalmente, ‘pleitear’. Já sua forma causativa, com le (‘para’), significa ‘interceder diante de’. O texto a seguir é um exemplo de seu uso no Antigo Testamento.
‘Pelo que lhe darei a parte de muitos, e, com os poderosos, repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu [fez intercessão]’ (Is 53.12).
Em o Novo Testamento, a palavra ‘intercessão’ vem do termo grego entugchano, que significa ‘apelar a’, ‘pleitear’, ‘fazer intercessão’, ‘orar’. Duas bem familiares e preciosas passagens incluem este vocábulo:
E da mesma maneira também o ‘Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos’ (Rm 8.26,27).
‘Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens’ (1 Tm 2.1).
[...] A ‘intercessão’ representa ‘o ato de uma ou mais pessoas, humanas ou divinas, que fazem intercessão a Deus em favor de outrem’’’ (BRANDT, Robert L.; BICKET, Zenas J. Teologia Bíblica da Oração. Rio de Janeiro, CPAD, 4. ed., 2007, p.29).


VOCABULÁRIO

Altruísmo: Amor ao próximo.
Emblemático: Significativo, exemplar.
Empatia: Sentir o que o outro sente.



BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

HUGHES, R. Kent. Disciplinas do Homem Cristão. 3. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2004.
SOUZA. Estevam Ângelo. Guia Básico de Oração. Como Orar com Eficácia no seu Dia-a-Dia. 1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2002.


SAIBA MAIS

Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 44, p.41.



EXERCÍCIOS

1. O que é intercessão?
R. Orar a Deus em favor de outra pessoa.

2. Cite três exemplos de homens fiéis que perseveraram em oração a Deus no Antigo Testamento.
R. Abraão, Moisés e Samuel.

3. Em qual verdade bíblica se enquadra a oração intercessória?
R. “Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35).

4. Quem é o nosso supremo exemplo no ministério da intercessão?
R. O Senhor Jesus.

5. De acordo com a lição, quais as principais características de um intercessor?
R. Perseverança, altruísmo e empatia

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