Lição 10 - 06 de Setembro de 2009 - Os Falsos Profetas

Lição 10 - 06 de Setembro de 2009 - Os Falsos Profetas


TEXTO ÁUREO

"Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores"
(Mt 7.15).


VERDADE PRÁTICA

Conhecer a Palavra de Deus e praticá-la todos os dias nos tornará aptos a identificar as falsas doutrinas, bem como identificar os falsos profetas.
HINOS SUGERIDOS 46, 96 e 545


LEITURA DIÁRIA

Segunda
1 Tm 1.3-7
Advertência contra as falsas doutrinas
Terça
1 Tm 6.3-10
Os falsos mestres e a busca de riqueza ilícita
Quarta
2 Tm 2.14-18
Os falsos profetas estão desviados da verdade
Quinta
Gl 1.6-9
O ensino estranho à Palavra é maldito
Sexta
Mq 3.5-11
O castigo dos falsos profetas
Sábado
2 Pe 2.1-3, 12-19
Ainda há falsos profetas entre nós



LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 João 4.1-6.



INTERAÇÃO

Caro professor, vivemos dias em que o falso mostra-se tão bem vestido de verdadeiro, que, se possível fosse, enganaria até mesmo os escolhidos. São falsos milagres, falsos milagreiros, falsos ensinos, falsos mestres, falsas profecias e falsos profetas. Por isso, sua responsabilidade é grande. Você possui a função de fundamentar a fé de seus alunos nos alicerces sólidos da Palavra de Deus, a fim de que, sob estrutura firme, suas casas espirituais não sejam abaladas pelos "ventos de doutrina".


OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Definir os termos profeta e profecia.
Explicar como se julgam as profecias e os profetas.
Apontar os falsos ensinos ressaltados na lição.


ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Utilize o quadro informativo a respeito das quatro peneiras pelas quais a profecia deve ser avaliada para introduzir o tópico 2.

1ª Peneira - O modo como a profecia é expressa - 1 Co 14.29-33,39,40
2ª Peneira - O propósito da profecia - 1 Co 14.3
3ª Peneira - O conteúdo da profecia - 2 Tm 3.16,17
4ª Peneira - O cumprimento da profecia - Dt 18.20-22; Jr 28


COMENTÁRIO


INTRODUÇÃO

Palavra Chave:
Profecia
Declaração da mente e do conselho de Deus. (VINE)


Sempre houve no meio do povo de Deus impostores, que falavam falsamente em nome do Senhor, isto é, aquilo que o Eterno não falara, conduzindo o povo incauto ao erro. Este assunto é tão atual como o foi nos tempos de Jeremias (Jr 14.14; 23.25; 28.15), de Jesus (Mt 7.15) e dos apóstolos (At 13.6; 20.30; 2 Pe 2.1; 1 Jo 4.1). Que o Senhor, por sua misericórdia, levante homens e mulheres aptos a defender a Igreja contra os falsos profetas desses últimos dias (Mt 24.11,24; 2 Pe 2.1).

I. CONCEITOS

1. Profeta. Na Bíblia, o termo profeta designa aquele que é chamado por Deus para transmitir a mensagem divina ao povo (Jr 1.5,9; Ez 2.1-7; Dt 18.18). Em outras palavras, os autênticos profetas são porta-vozes de Deus; o próprio Senhor os chama "meus profetas" (Sl 105.15; Jr 7.25). Sua responsabilidade é de grande peso (Ez 2.1-7; 3.10,11), uma vez que eles são, na verdade, "homens de Deus", conforme está dito onze vezes em 1 Reis 4. Estes servos de Deus transmitem a Sua vontade e seus desígnios, além de desvendar o futuro segundo a inspiração do Espírito Santo. Todavia, a própria Palavra de Deus nos orienta que devemos nos acautelar dos falsos profetas (Mt 7.15).
2.Profecia. A profecia, tanto no Antigo como no Novo Testamento, é primeiramente declarativa e, depois, preditiva. A profecia preditiva revela-nos o plano divino em relação a Israel, a Igreja, aos gentios e a plena chegada do Reino de Deus. A maior parte das profecias, porém, é declarativa, pois é constituída de exortação, admoestação, encorajamento, promessa, advertência, julgamento, consolo. Em o Novo Testamento, a profecia é um meio divino de orientar, exortar e edificar a igreja (1 Co 14.3,4).
a) Aspectos da atividade profética. A profecia pode ser vista na Bíblia como um ministério permanente recebido de Deus (2 Rs 17.13; Jr 7.25; Lc 16.16; Hb 1.1); um dom ministerial na igreja (Ef 4.11-13; 3.5); e um dom espiritual na congregação (At 2.17,18; 1 Co 12.10; 14.1-4). O "dom de profecia" é uma capacitação sobrenatural do Espírito Santo concedida para transmitir a mensagem divina.
b) A profecia como dom ministerial em o Novo Testamento. A profecia como ministério profético não é uma pregação comum; é uma mensagem vinda diretamente do Espírito Santo. A pregação habitual, no entanto, é preparada antecipadamente (1 Tm 5.17). Como precisamos deste dom hoje na igreja! Ver Provérbios 29.18; Atos 15.32. O profeta é um arauto da santidade de Deus; sua missão é expor com unção os padrões da santidade divina para o povo. O seu espírito ferve com santo zelo para anunciar a santidade de Deus e de tudo o que é dEle! O profeta de Deus faz os santos regozijarem-se no Senhor, mas também faz o ímpio estremecer e considerar o seu mau caminho. Ver Atos 24.24,50.
c) O dom de profecia (1 Co 12.10; 14.3,31). A profecia é o principal dom espiritual porque edifica a congregação (1 Co 14.4). Além disso, a profecia é um "sinal" para a igreja, enquanto as línguas são um "sinal" para os infiéis (1 Co 14.22).
d) A natureza da profecia. Devemos discernir a "profecia da Escritura", a qual é inerrante (2 Pe 1.20), da profecia da Igreja; esta deve ser julgada e só então acatada (1 Co 14.29). A manifestação do dom de profecia durante o culto deve ter limite. "Falem dois ou três profetas" (1 Co 14.29). Isto é, a maior parte do tempo do culto tem de ser destinada à exposição da Palavra de Deus, porque sendo esta soberana jamais poderá ser substituída pelo dom de profecia. subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (2 Co 13.13).

SINOPSE DO TÓPICO (1)
A profecia pode ser vista na Bíblia como um ministério permanente, um dom ministerial e um dom espiritual.


II. A FALSA PROFECIA

Atualmente, observamos diversas pessoas correndo de igreja em igreja em busca de "profecias" e de "revelações". Tais "crentes", na verdade, querem respostas para seus problemas pessoais (2 Tm 4.3). Como já vimos em 1 Coríntios 14.3, o propósito divino da profecia é consolar, exortar e edificar. Qualquer profecia que fuja a este propósito não procede de Deus e jamais se cumprirá (Dt18.22).
1. Julgando as profecias pela Palavra. A profecia na igreja necessita ser julgada (1 Co 14.29), mas quais os parâmetros para o seu julgamento? A resposta é a própria Palavra de Deus, que é nosso modelo áureo e referência plena de fé; o guia da nossa vida, do nosso culto ao Senhor, e do nosso desempenho no seu trabalho (2 Tm 3.16,17). Qualquer profecia na igreja que entre em conflito com os ensinamentos e doutrinas bíblicas não pode vir de Deus.
Os falsos mestres e profetas, como nos tempos do Antigo Testamento, enganam o povo, porque são emissários do Diabo (Jo 8.44). Todavia, a Bíblia declara: "Nenhuma mentira vem da verdade" (1 Jo 2.21). O crente fiel, que sempre ora e lê a Palavra de Deus, compara aquilo que ouve com o que está escrito na Escritura, a fim de comprovar a veracidade das profecias enunciadas na igreja.
2. Julgando o falso profeta pelos frutos. Jesus Cristo nos adverte a respeito de falsos profetas que se infiltram no meio do povo de Deus. Apesar da aparênciade piedade, não passam de agentes de Satanás; sua missão: corromper a fé dos salvos e destruir a unidade da Igreja (Mt 7.15-23). Muitos deles operam sinais e prodígios (Mt 24.24), mas tudo isto fazem sob a eficácia de Satanás (2 Ts 2.9,10). Como identificá- los? Como saber se estão em nosso meio? A resposta é: conhecendo a Palavra de Deus e tendo o discernimento pelo Espírito Santo. Além disso, os seus frutos são uma irrefutável evidência de sua mentira e falsidade (Gl 5.22,23). A árvore má não pode dar frutos bons (Mt 7.16-20).

REFLEXÃO
"O dom de profecia, hoje, não tem a mesma autoridade canônica das Escrituras, que são infalíveis."


SINOPSE DO TÓPICO (2)
As profecias devem ser julgadas de acordo com as orientações expostas na Bíblia, e os profetas, pelos seus frutos.


III. ENSINOS FALSOS

Uma característica dos falsos mestres é ensinar o que as pessoas querem ouvir independentemente se estão erradas ou não (Jr 5.31; 1 Rs 22.12-14). Deus age de forma diferente para conosco. Ele fala, não o que gostamos de ouvir, mas o que precisamos ouvir, e corrige-nos sempre quando estamos errados porque nos ama (Hb 12.4-13).
1. A busca do ser humano pela prosperidade. Desde o princípio, o ser humano luta para adquirir e acumular riquezas, geralmente, de modo ilícito. Atualmente, esta busca tornou-se uma alucinação. A crise econômica mundial, o anseio por manter-se a salvo da miséria, o incentivo da mídia por um consumismo cada vez mais exacerbado e as incertezas do amanhã, formam um ambiente ideal para o surgimento de falsas doutrinas e profecias. O povo não se satisfaz com o que o Senhor garante aos seus filhos (Mt 6.25-33; Pv 30.8,9), mas deseja riquezas que, muitas vezes, são vistas como bênçãos divinas. A Bíblia adverte-nos contra essa busca insensata pelos bens e contra os que a encorajam mediante os seus ensinos (1 Tm 6.6-11, 17-19; Sl 62.10).
2. O menosprezo da glória de Cristo. Os vv.1-3 da "Leitura Bíblica em Classe" são, em primeiro plano, uma refutação ao gnosticismo, um falso credo que negava a divindade de Cristo nos primeiros séculos da Igreja. O sensinos dos gnósticos negam o sofrimento de Jesus e o valor de seu sacrifício na cruz para expiação dos pecados e salvação dos pecadores. (1 Pe 2.21-24; Rm 5.5-9; 2 Co 5.21).
O sofrimento de Cristo na cruz e sua morte seqüencial são dois elementos que comprovam a sua humanidade. Este mesmo Jesus ressuscitou em corpo glorioso e entrou onde estavam os discípulos reunidos a portas fechadas. Os discípulos que tocaram nEle após sua ressurreição viram-no ser assunto aos céus, e os anjos que ali estavam, afirmaram que o Senhor que ascendera aos céus, de lá voltará (At 1.10,11).
Hoje, muitos falsos profetas tentam afastar a Igreja do seu alvo descrito nas Escrituras, mediante a pregação de um evangelho fácil, sem renúncia, sem compromisso, sem santidade; um evangelho que apregoa apenas o apego pelos bens materiais. Assim como um marketing empresarial, tal evangelho emprega a mídia audiovisual com o objetivo de manipular as emoções do homem.

REFLEXÃO
"Através de um misticismo exacerbado e antibíblico, colocam-se os falsos profetas acima da Palavra de Deus. Apresentam-se, via de regra, como portadores de uma nova revelação. Só existe uma maneira de se combater os falsos profetas: confrontá-los com a Palavra de Deus". Claudionor de Andrade


SINOPSE DO TÓPICO (3)
Os ensinos falsos consistem geralmente na busca do ser humano pela prosperidade e no menosprezo da glória de Cristo.


CONCLUSÃO

Todos os dons espirituais são necessários e imprescindíveis tanto para a Igreja como um todo como para os seus membros em particular. Por isso, devemos buscar com zelo os dons espirituais. Afinal, eles são uma grandiosa dádiva da graça divina ao nosso dispor.


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO


Subsídio Doutrinário
João começa com a declaração de que existem falsos profetas, bem como profetas verdadeiros, e com a ordem aos cristãos para que façam uma distinção entre eles. Ao mesmo tempo, ele indica qual é o ponto importante em fazer essa distinção. Não é se o fenômeno sobrenatural está presente, pois o Diabo também pode realizar milagres. É uma questão de definir a fonte da inspiração do profeta. Seria Deus? Nesse caso, o profeta é verdadeiro. Se não é Deus, então ele não deve merecer crédito nem ser seguido, independentemente de quão grande seja a sua sabedoria ou de quanto impacto sua atividade provoque.
Quando João diz que muitos falsos profetas virão ao nosso mundo, não necessariamente está pensando a respeito de sua época. De fato, ele saberia que sempre houve falsos profetas e que o povo de Deus sempre teve a tarefa de distinguir entre aqueles que são de Deus e aqueles que falam da parte de si mesmos ou pelo poder do Diabo." (BO ICE, James Montgomery. As epístolas de João. RJ: CPAD, 2006, p.127).


VOCABULÁRIO

Acautelar: Ter cuidado.
Incauto: Ignorante.


BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

EARLE, R. Comentário Bíblico Beacon. RJ: CPAD, 2006. ZUCKY, R. B. Teologia no Novo Testamento. RJ: CPAD, 2008.

SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão CPAD, nº 39, p.41.


EXERCÍCIOS

RESPONDA

1. Defina o termo profeta.
R. O termo profeta designa aquele que é chamado por Deus para transmitir a mensagem divina ao povo.

2. Qual a diferença entre profecia preditiva e declarativa?
R. A profecia preditiva revela-nos o plano divino em relação a Israel, à Igreja, aos gentios e a plena chegada do Reino de Deus. Já a declarativa é constituída de exortação, admoestação, encorajamento, promessa, advertência, julgamento, consolo.

3. Qual o propósito da profecia no Novo Testamento?
R. O propósito da profecia no NT é orientar, exortar e edificar a igreja.

4. Cite uma característica dos falsos mestres.
R. Ensinar o que as pessoas querem ouvir independentemente se estão erradas ou não.

5. Em que consistem os ensinos dos gnósticos?
R.Os ensinos gnósticos negam o sofrimento de Jesus e o valor de seu sacrifício na cruz para expiação dos pecados e salvação dos pecadores.


APLICAÇÃO PESSOAL

A Bíblia nos declara que a intimidade do Senhor é para aqueles que o temem (Sl 25.14). Infelizmente, observamos nos últimos dias muitos homens e mulheres se autoproclamando íntimos e detentores dos segredos de Deus. Entretanto, quando atentamos para a vida deles, constatamos uma total falta de temor. Um dos termos gregos traduzido como temor (gr. Phobos) significa ter grande respeito pela majestade e santidade de Deus. Temer a Deus é ter a consciência de quem Ele é, um Deus santo e justo, que não se deixa escarnecer.
Em tempos de falsos profetas, é recomendável aos profetas temer a Deus antes de mais nada, uma vez que falar em nome Dele é algo profundamente sério. E aos membros do Corpo de Cristo, é imprescindível o discernimento. Talvez nosso maior problema hoje não seja a secularização da igreja, mas a falsa "espiritualidade", uma vez que aquela é facilmente identificada, no entanto, esta somente por intermédio do dom de discernir os espíritos.

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