LIÇÃO 01 - CORINTO - UMA IGREJA FERVOROSA, MAS NÃO ESPIRITUAL
LIÇÃO 01 - CORINTO - UMA IGREJA FERVOROSA, MAS NÃO ESPIRITUAL
INTRODUÇÃO
Durante este trimestre estaremos estudando treze preciosas lições sobre “Os problemas da Igreja e suas soluções”, baseadas na Primeira Epístola aos Coríntios. Nesta primeira lição, iremos abordar o contraste da igreja de Corinto: fervor espiritual e carnalidade.
I - SUBSÍDIOS HISTÓRICO, GEOGRÁFICO E BIBLIOLÓGICO DE CORINTO
SUBSÍDIOS HISTÓRICO SUBSÍDIOS GEOGRÁFICO SUBSÍDIOS BIBLIOLÓGICO
A igreja em Corinto foi fundada pelo apóstolo Paulo durante a sua 2ª Viagem Missionária. (At 18.1-17). Nessa cidade, Paulo permaneceu por 18 meses, sendo auxiliado por Priscila e Áquila e outros obreiros. A igreja era composta basicamente por gentios. Nenhuma cidade da Grécia era mais favoravelmente localizada para o comércio por terra e mar do que a cidade de Corinto. O imperador Augusto fez de Corinto a capital da Acaia. Ela era também uma cidade
hospitaleira aos marinheiros e viajantes que vinham a negócio ou a procura de prazer. A 1ª Epístola aos Coríntios foi escrita por volta do ano 55 d.C. em Éfeso. O apóstolo Paulo, ao saber dos problemas que estavam acontecendo em Corinto, escreveu esta carta para solucionar os problemas daquela igreja, bem como para responder algumas perguntas sobre diversos assuntos (I Co 7.1; 8.1; 12.1).
II - QUAIS ERAM OS PRINCIPAIS PROBLEMAS DA IGREJA EM CORINTO?
O apóstolo Paulo foi motivado a escrever a Primeira Epístola aos Coríntios depois de receber relatórios sobre os problemas de ordem espiritual que estavam acontecendo naquela igreja (I Co 1.11). Vejamos alguns desses problemas:
1. Divisões na Igreja. Após a sua saudação e ações de graças, o apóstolo Paulo trata do problema das divisões dentro da congregação (1.10-17). Em Corinto, as facções giravam em torno de seus obreiros preferidos: “Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado pelos da família de Cloé que há contendas entre vós. Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo. Está Cristo dividido? foi Paulo crucificado por vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo? Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais? Pois, quem é Paulo, e quem é Apolo, senão ministros pelos quais crestes, e conforme o que o Senhor deu a cada um? (I Co 1.11-13; 3.4,5).
2. Carnalidade e imaturidade espiritual. Duas principais características da igreja em Corinto era a carnalidade e a imaturidade espiritual. Por isso, o apóstolo diz que não pôde falar-lhes como a espirituais e sim, como a carnais e meninos em Cristo: “E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos criei, e não com carne, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis, porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens?” (I Co 3.1-3).
3. Imoralidade sexual. Pecados de ordem sexual, piores do que aqueles que eram praticados entre os gentios, como incesto e fornicação, estavam ocorrendo em Corinto: “Geralmente se ouve que há entre vós fornicação, e fornicação tal, que nem ainda entre os gentios se nomeia, como é haver quem abuse da mulher de seu pai.” (I Co 5.1).
4. Associação com crentes imorais. O apóstolo advertiu aos coríntios para que eles não se associassem com aqueles que se diziam irmãos, mas estavam comprometidos com o pecado de avareza, idolatria, roubo, etc: “Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais.” (I Co 5.11).
5. Litígio entre irmãos. Paulo censura também aqueles que, por questões sociais, iam aos tribunais para solucionar problemas e discórdias entre os próprios irmãos: “Ousa algum de vós, tendo algum negócio contra outro, ir a juízo perante os injustos, e não perante os santos? Para vos envergonhar o digo. Não há, pois, entre vós sábios, nem mesmo um, que possa julgar entre seus irmãos? Mas o irmão vai a juízo com o irmão, e isto perante infiéis.” (I Co 6.1,5,6).
6. Dissensões na Santa Ceia. Até mesmo na celebração da Santa Ceia, havia dissensões entre os irmãos. Uns comiam demais; outros ficavam com fome; e outros, até se embriagavam: “De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a ceia do Senhor. Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem fome e outro embriaga-se. Não tendes porventura casas para comer e para beber? Ou desprezais a igreja de Deus, e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto não vos louvo.” (I Co 11.20-22).
7. Desordem nos cultos. Em Corinto havia desordem até mesmo durante o culto. Havia muitas profecias e línguas estranhas, sendo que, de maneira desordenada, causando confusão e nenhuma edificação. Por isso, o apóstolo escreve com o propósito de instrui-los acerca da administração dos dons espirituais: “E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus. Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados. Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.” (I Co 14.27,28,31,40).
III - QUAIS AS SOLUÇÕES APRESENTADAS PELO APÓSTOLO PARA A IGREJA DE CORINTO?
O apóstolo Paulo escreveu àquela igreja, não apenas para repreendê-la, mas, principalmente, para ensiná-la. Por esta razão, ele trouxe à tona, não apenas os problemas da igreja, mas também a solução para os mesmos. Por isso, o apóstolo advertiu a igreja sobre a importância da unidade cristã (I Co 1.10-4.21), que é o antídoto contra as divisões e o partidarismo na igreja; exigiu que exercitassem a disciplina na igreja, para que aqueles que cometeram pecados e imoralidades não ficassem impunes (I Co 5.4,5); advertiu-lhes para que não se associassem com aqueles que se dizem irmãos, mas são avarentos e idólatras (I Co 5.11); disse que as questões internas fossem resolvidas por eles mesmos, e que não fossem levadas para os tribunais (I Co 6.5); ensinou-lhes sobre a correta celebração da Ceia do Senhor (I Co 11.23-34), e sobre o uso correto dos dons espirituais (I Co 14).
IV - POR QUE A IGREJA DE CORINTO ERA FERVOROSA E CARNAL, AO MESMO TEMPO?
Apesar de haver a manifestação dos dons espirituais naquela igreja (I Co 1.7; 14.1-40), havia também muito partidarismo, contenda e dissensões, de maneira que os cristãos em Corinto foram taxados de crentes carnais (I Co 3.1-4). Tudo porque o mundanismo (carnalidade) da cidade havia se introduzido na igreja. Era importante que a igreja entrasse em Corinto; mas não que Corinto entrasse na igreja. Assim como é muito belo ver o navio entrando de mar à dentro; mas um desastre quando o mar está entrando dentro do navio. Hoje, a história se repete na vida de muitos cristãos, que buscam fervorosa e ardentemente os dons espirituais, mas, se esquecem do caráter cristão e do fruto do Espírito. Que esta lição sirva de alerta para todos nós, sobre o perigo de ser, ao mesmo tempo, fervoroso e carnal.
V- O QUE A IGREJA DEVE FAZER PARA TORNAR-SE FERVOROSA E ESPIRITUAL?
De acordo com as Escrituras, a vontade de Deus é que o cristão seja cheio do Espírito (Ef 5.18), mas também tenha uma vida controlada por Ele (Gl 5.16,25). O erro da igreja em Corinto foi buscar apenas os dons, e esquecer-se do fruto (Gl 5.22). Apesar de o fruto e os dons procederem da mesma fonte, são distintos em sua operação. O dom fala de serviço; o fruto fala do caráter de Cristo, que é produzido em nós, através do Espírito Santo. Por esta razão, no capítulo 12.31, o crente é admoestado a procurar os dons “com zelo”. No entanto, o apóstolo mostra um caminho ainda mais excelente, “o amor” (I Co 13.8-13), mostrando que os dons precisam estar associados ao fruto, e vice-versa. O segredo, então, para tornar-se fervoroso e espiritual, é buscar os dons espirituais, sem, no entanto, esquecer de produzir o fruto do Espírito.
CONCLUSÃO
Parece um paradoxo, mas, a Primeira Epístola aos Coríntios, ao que tudo indica, não foi realmente a primeira carta do apóstolo àquela igreja. É possível que ele tenha escrito outra (I Co 5.9), que provavelmente foi extraviada. Esta, no entanto, foi preservada e chegou até nós. Isto por que, muitos dos problemas enfrentados naquela igreja, são também comuns em nosso dias. Conseqüentemente, as soluções, recomendações e conselhos do apóstolo, servem também para nós enfrentarmos e solucionarmos os problemas da igreja nos dias hodiernos.
BIBLIOGRAFIA:
• Bíblia de Estudo aplicação Pessoal. João Ferreira de Almeida. C.P.A.D. Estudo Panorâmico da Bíblia. Henrieta Mears. VIDA.
• Comentário Bíblico Pentecostal. French L. Arrington e Roger Stronstad. CPAD. I & II CORÍNTIOS. Stanley Horton. CPAD.
• Fonte www.ebdweb.com.br
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